01/7 – Dia da Vacina BCG
Em 1º de julho de 1921, os pesquisadores franceses Léon Calmette e Alphonse Guérin anunciaram uma forma de debelar a tuberculose – doença que matava mais do que qualquer outra no final do século 19 e início dos anos 1900.
A longa pesquisa possibilitou o desenvolvimento de um imunizante a partir da atenuação da bactéria batizada de ‘Bacilo de Calmette e Guérin’, daí a sigla BCG.
No Brasil, em 1925, Arlindo de Assis, cientista do Instituto Vital Brazil, recebeu a cepa inativada da bactéria para desenvolver a vacina no país.
Transferido para a Liga Brasileira contra a Tuberculose, recém-criada à época, Arlindo de Assis passou a produzir a BCG e a entidade assumiu a aplicação das doses nos dispensários e nas escolas, entendendo que a prioridade deveria ser crianças e estudantes.
Com a criação do Departamento de Saúde Pública, foi criada uma política pública com relação à tuberculose.
Em 1974 a vacina BCG entrou para o calendário de vacinação do Programa Amplo de Imunizações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, em 1976, o Ministério da Saúde tornou obrigatória sua administração às crianças brasileiras.
A vacina BCG protege o organismo contra as formas graves da tuberculose e deve ser aplicada ao nascer, se possível ainda nas primeiras 12 horas de vida.
O objetivo da vacinação precoce é garantir que o sistema imunológico da criança, ainda imaturo, aprenda a se defender do bacilo que causa a enfermidade, endêmica no Brasil, com alta incidência em todo o território nacional e alto risco de contato com o microrganismo desde cedo.
As crianças que porventura não receberem a BCG na maternidade – a vacina não é aplicada em bebês que nascerem com peso inferior a dois quilos – devem ter a caderneta atualizada logo na primeira visita ao posto de saúde ou, o mais tardar, até os 4 anos e 11 meses, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde (MS).
De acordo com o Boletim Epidemiológico do MS de 2024, desde 2020 a incidência da doença tem aumentado entre os menores de 15 anos no país. Em 2023, o público representou quase 4% dos mais de 80 mil casos registrados – sendo a maior proporção entre crianças de 0 a 10 anos.
Daí a importância da imunização com a vacina BCG entre as crianças, conhecida por deixar uma “marquinha” na parte superior do braço, onde o imunizante costuma ser aplicado.
As crianças devem tomar uma dose única ao nascer, preferencialmente. Na rotina dos serviços, a vacina está disponível para crianças menores de 5 anos de idade.
Reações:
A vacina BCG geralmente deixa uma cicatriz de até 1 cm de diâmetro no braço direito. A reação inclui uma mancha vermelha que evolui para uma pequena ferida e eventualmente cicatriza.
Não é necessário nenhum cuidado prévio para a vacinação. A reação no local da aplicação e a formação de cicatriz são esperadas e não requerem produtos, medicamentos ou curativos – a marca é resultado da reação do organismo à vacina. Crianças que não desenvolvem a cicatriz não precisam ser revacinadas, conforme recomenda o Ministério da Saúde desde fevereiro de 2019.
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado de bacilo de Koch (em homenagem ao Dr. Robert Koch, descobridor da causa da doença). A enfermidade não afeta apenas os pulmões, mas, também, ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).
Transmissão, sintomas e tratamento:
A contaminação pela bactéria da tuberculose acontece, basicamente, pela dispersão no ambiente de partículas aerossóis, produzidas pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com a doença ativa. Calcula-se que um paciente infectado possa transmitir a doença para até 15 outros indivíduos.
Febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento são alguns dos indícios da tuberculose, mas o principal sintoma é a tosse persistente, que pode ser seca ou vir acompanhada de catarro. Caso a tosse dure por mais de três semanas, a recomendação é buscar o serviço de saúde mais próximo para que o quadro seja investigado.
O diagnóstico se dá, principalmente, por testes laboratoriais, que são feitos de forma complementar a uma avaliação clínica detalhada, além de radiografia do tórax.
Já o tratamento da tuberculose é longo: dura no mínimo seis meses e inclui o uso de quatro medicamentos diferentes. Ainda nas primeiras semanas de cuidados o paciente tende a se sentir bem melhor, mas é imprescindível seguir à risca todos os protocolos terapêuticos para garantir o sucesso da terapia.
A data comemorativa é uma forma de resgatar a importância do imunizante BCG na prevenção e controle da tuberculose!
Fontes:
Agência Brasil
Instituto Butantan
Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia)
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Imunizações