03/3 – Dia Mundial dos Defeitos do Nascimento: “Muitos defeitos congênitos, uma só voz”


Reconhecido anualmente como Dia Mundial dos Defeitos do Nascimento, a campanha observada em 3 de março une pessoas e organizações que trabalham no campo dos defeitos congênitos, também conhecidos como anomalias congênitas, distúrbios congênitos ou condições congênitas.

Seu principal objetivo é mobilizar recursos e comprometimento com o cuidado, a prevenção e a pesquisa nessa área, com ênfase à conscientização sobre o problema, a disseminação de informações sobre sua prevenção e a melhoria na saúde e na qualidade de vida das pessoas afetadas.

Cerca de 3% a 6% das crianças em todo o mundo nascem com um defeito congênito grave a cada ano – mais de 8 milhões de bebês. Esses números refletem crianças e famílias reais, afetadas independentemente do local de nascimento, raça ou etnia.

As anomalias congênitas são uma das principais causas de morte de bebês e crianças pequenas em todo o mundo e, aqueles que sobrevivem e convivem com essas condições correm um risco maior de sofrer deficiências ao longo da vida.

Nas celebrações de 2023, os organizadores do movimento pedem a divulgação da ideia: “Muitos defeitos congênitos podem ser prevenidos e tratados. Ajude na conscientização global para o Dia Mundial dos Defeitos Congênitos.”

 

Dentre as anomalias congênitas mais comuns, encontram-se: as cardiopatias congênitas, que são alterações na estrutura ou função do coração; os defeitos de membros, como membros ausentes, supranumerários ou com desenvolvimento alterado; os defeitos de tubo neural, que se relacionam a uma falha no fechamento adequado do tubo neural embrionário, como a anencefalia e a espinha bífida; e as anomalias cromossômicas, como a síndrome de Down.

No Brasil, as anomalias congênitas são a segunda principal causa de morte entre os menores de cinco anos. De acordo com dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), estima-se que, a cada ano, cerca de 24 mil recém-nascidos são registrados no Brasil com algum tipo de anomalia congênita diagnosticada ao nascimento. Todavia, sabe-se que este número ainda está sub-representado, se comparado a estimativas internacionais, uma vez que o diagnóstico das anomalias congênitas ao nascimento é bastante heterogêneo e varia amplamente nas diferentes regiões do país.

As anomalias congênitas são condições que podem ser prevenidas com a adoção de medidas individuais e coletivas em três diferentes níveis (primário, secundário e terciário):

Prevenção primária: visa evitar a ocorrência de problemas no desenvolvimento embrionário e fetal e, consequentemente, a ocorrência de anomalias congênitas.

– Alimentação adequada do ponto de vista nutricional e suplementação de ácido fólico e vitamina B12 no período pré-concepcional e durante a gestação;
– Controle do excesso de peso e prática regular de exercícios físicos recomendados pelo médico durante a gestação;- Vacinação contra doenças infecciosas antes da gestação;
– Controle e tratamento de doenças maternas, como hipertensão, diabetes mellitus, epilepsia, hipotireoidismo, AIDS, entre outras;
– Acompanhamento pré-natal, com aconselhamento quanto ao uso de medicações, álcool, drogas e substâncias teratogênicas na gestação;
– Prevenção de possíveis exposições ambientais a agentes teratogênicos (agentes químicos, físicos ou biológicos com capacidade de afetar desenvolvimento do embrião ou do feto);
– Confirmação sobre a possível exposição ocupacional a agentes teratogênicos e implementação de medidas de segurança ou afastamento da função;
– Campanhas informativas sobre os riscos da idade materna acima de 35 anos, assim como sobre os riscos do consumo de álcool ou cigarro durante a gestação.

Prevenção secundária: Objetiva a intervenção precoce e a redução do número de crianças nascidas com anomalias congênitas.

Rastreamento genético e diagnóstico pré-natal de anomalias congênitas, quando possível, permitindo o aconselhamento genético, adoção de medidas precoces de intervenção quando possíveis e o encaminhamento da gestante aos centros de referência.

Prevenção terciária: Visa a detecção e manejo precoce dos casos de anomalias congênitas identificadas ao nascimento, a fim de melhorar a qualidade de vida da criança e evitar a ocorrência de complicações e eventos adversos relacionados com anomalias congênitas específicas.

– Avaliação do recém-nascido para reconhecimento e diagnóstico precoces da (s) anomalia (s) congênita (s);
– Tratamento das complicações associadas;
– Intervenção cirúrgica para determinadas anomalias congênitas como, por exemplo, fendas labiais ou palatinas e cardiopatias congênitas;
– Oferta de assistência especializada para o melhor desenvolvimento neuropsicomotor de crianças acometidas por anomalias congênitas.

O tratamento dos indivíduos com anomalias congênitas é feito com base nas complicações associadas a estas anomalias. Intervenções cirúrgicas, por exemplo, podem ser realizadas dependendo do tipo de anomalia congênita apresentada, como no caso de fendas labiais ou palatinas e cardiopatias congênitas. Além disso, a assistência especializada pode melhorar o desenvolvimento neuropsicomotor e intelectual dos indivíduos com determinadas anomalias, melhorando consideravelmente sua qualidade de vida.

De acordo com o Guia prático: diagnóstico de anomalias congênitas no pré-natal e ao nascimento, elaborado pelo Ministério da Saúde, “vigiar as anomalias congênitas é uma importante estratégia em saúde pública, não apenas para subsidiar a tomada de decisão e mitigar seus impactos na morbimortalidade dos indivíduos afetados, mas também porque muitos tipos de anomalias são passíveis de prevenção, em diferentes níveis. ”

 

Fontes:

Centers for Disease Control and Prevention (CDC – USA)
International Federation for Spina Byphida and Hydrocephalus
Ministério da Saúde
World Birth Defects Day

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