03/6 – Dia de Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil 2025


 

Em 3 de junho é celebrado o Dia de Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil.

Diabetes, pressão alta, problemas no coração, nos ossos e nas articulações são algumas das consequências da obesidade em crianças – um dos mais sérios desafios globais de saúde pública do século XXI e que afeta todos os países do mundo.

Mais do que uma doença crônica, a obesidade é também um importante fator de risco para as principais causas mundiais de problemas de saúde e morte precoce, incluindo doenças cardiovasculares, diversos tipos comuns de câncer, diabetes e osteoartrite.

Configura-se como uma epidemia mundial cuja prevalência crescente vem sendo atribuída a fatores políticos, econômicos, sociais e culturais.

Frequentemente, a obesidade infantil se perpetua na vida adulta, devido a fatores fisiológicos e comportamentais. Sua prevenção nessa faixa etária, portanto, oferece uma oportunidade única de interromper o caminho para uma vida adulta pouco saudável.

Segundo dados divulgados pela The World Obesity Federation, atualmente cerca de 158 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos convivem com o excesso de peso, e esse número deve aumentar para 254 milhões em 2030 em todo o mundo.

Em apenas 40 anos, o número de crianças e adolescentes em idade escolar com obesidade aumentou mais de 10 vezes, de 11 milhões para 124 milhões (estimativas de 2016). Além disso, estima-se que 216 milhões foram classificados como acima do peso, mas não obesos, em 2016.

Indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso no País.

As notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, de 2019, revelam que 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e dez anos estão com sobrepeso; 9,38% com obesidade; e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentam sobrepeso; 9,53% são obesos; e 3,98% têm obesidade grave.

Comparadas com crianças de peso saudável, aquelas com sobrepeso ou obesidade têm maior probabilidade de sofrer consequências negativas, incluindo:

– Pior saúde na infância, incluindo hipertensão e distúrbios metabólicos;
– Menor autoestima;
– Maior probabilidade de sofrer bullying, menores níveis de frequência escolar e pior desempenho escolar;
– Pior saúde na idade adulta, incluindo maior risco de obesidade e doenças cardiovasculares;
– Piores perspectivas de emprego, incluindo remuneração mais baixa, na vida adulta.

 

Sintomas e Diagnóstico:

A obesidade infantil caracteriza-se pelo excesso de gordura corporal em crianças de até 12 anos, sendo considerado sobrepeso quando a criança tem, no mínimo, 15% acima do peso de referência para a sua idade. O diagnóstico também pode ser realizado por meio do cálculo do IMC (índice de massa corporal).

 

Causas:

A obesidade infantil é uma condição multifatorial. Dentre as causas mais frequentes estão os erros na alimentação. Se a criança ingere quantidades exageradas de alimentos ricos em gordura e carboidratos, eles serão acumulados no organismo como gordura, aumentando o peso.

A falta de atividades físicas também contribui para a obesidade, pois se as calorias que a criança ingere na alimentação não forem gastas em atividades físicas elas ficarão armazenadas no corpo como gordura.

Um agravante é que ao invés das crianças estarem consumindo alimentos saudáveis, como frutas e verduras ou minimamente processados, estão sendo expostas muito cedo aos alimentos ultraprocessados, que prejudicam a saúde.

Má alimentação e diminuição das atividades físicas podem fazer com que crianças e adolescentes obesos apresentem dificuldades respiratórias, aumento do risco de fraturas, hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, além dos efeitos psicológicos, como baixa autoestima, isolamento social, transtornos alimentares, entre outras doenças com riscos graves à saúde.

 

Tratamento:

O tratamento é feito por meio da mudança de hábitos alimentares somada à prática de atividades físicas. Melhorar a dieta e promover o condicionamento físico de toda a família é uma das melhores maneiras de ajudar a criança a conseguir um peso saudável. É importante o auxílio de um profissional nutricionista para encontrar a dieta mais adequada para aquela criança.

 

Prevenção:

O relatório da ‘Comissão para Acabar com a Obesidade Infantil’, instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2014, elencou suas principais recomendações, em nível governamental/institucional, para a prevenção da obesidade entre crianças e adolescentes:

– Promover a ingestão de alimentos saudáveis;
– Promover atividade física;
– Cuidados pré-concepcionais e durante a gravidez;
– Dieta e atividade física na primeira infância;
– Saúde, nutrição e atividade física para crianças em idade escolar;
– Gestão do peso.

No nível familiar, é importante criar bons hábitos, destacando-se:

– Manter uma rotina, inclusive na hora de comer. Horários estabelecidos para as refeições ajudam a diminuir a chance de escapar e comer aquele doce ou salgadinho;
– Até para beber água é importante ter uma rotina. Como a água pode inibir a vontade de comer, sugere-se evitar beber água, pelo menos, 30 minutos antes das refeições;
– Deixar a criança participar do processo de elaboração das refeições é um incentivo para práticas alimentares saudáveis;
– Outra estratégia é não comer doces e salgadinhos direto do pacote – colocar uma quantidade determinada em um pote para que não haja exagero;
– Comer um alimento de desejo de vez em quando não é problema, desde que isso não se torne rotina;
– Deixar frutas à disposição e ao alcance da criança é uma ótima dica para incentivar a alimentação saudável.

Além disso, brincadeiras são fundamentais para as crianças fazerem atividade física de forma prazerosa, com benefícios à saúde e ao bem-estar. Essa é uma boa alternativa para mantê-las em movimento para que se desenvolvam adequadamente, tanto na parte física quanto na cognitiva.

Pais e responsáveis por crianças em idade escolar devem procurar limitar o tempo de tela (TV, videogame, celular e tablet) em até 2 horas por dia e evitar que a criança realize suas refeições assistindo TV. O aumento do tempo de tela pode contribuir para a inatividade física e menor gasto energético. Ainda, a mídia televisiva pode influenciar escolhas por alimentos não saudáveis.

 

Notícia relacionada:

“Governo Federal lança guia sobre o uso de dispositivos digitais por crianças e adolescentes”

 

Publicação relacionada:

O Guia de Atividade Física para a População Brasileira traz recomendações e informações do Ministério da Saúde sobre atividade física em todos os ciclos de vida – crianças, adolescentes, adultos e idosos.

 

Fontes:

Agência Brasil
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Hospital de Força Aérea de São Paulo
Organização Mundial de Saúde (OMS)
Santa Casa Saúde (Maringá/PR)
The World Obesity Federation

Outras Notícias

Ver todas