03/6 – Dia Mundial do Pé Torto Congênito 2025


 

O Dia Mundial do Pé Torto Congênito, celebrado em 3 de junho, marca o nascimento do Dr. Ignacio Ponseti (1914-2009), biólogo e médico espanhol, criador de um método de baixo custo, minimamente invasivo e que pode ser utilizado em qualquer lugar do mundo para tratar a condição.

A data tem o objetivo de aumentar a conscientização sobre essa deficiência e o impacto transformador que o Método Ponseti oferece ao tratar a deformidade por meio da manipulação suave dos pés, seguida da aplicação de gesso e órteses temporárias, de modo a restaurar o mesmo movimento, função e aparência de pés não afetados.

 

O Pé Torto Congênito (PTC) é uma deformidade musculoesquelética de nascimento. Envolve ossos, músculos e tendões e faz com que os pés fiquem encurvados para dentro, com pouca mobilidade nas articulações do pé e do tornozelo. Sua causa ainda é desconhecida, apesar das evidências apontarem para fatores genéticos.

O PTC é a mais comum das deformidades congênitas, afetando 200 mil recém-nascidos a cada ano, 80 por cento nos países em desenvolvimento. Há também centenas de milhares de crianças e adultos jovens, não tratados, que vivem com esta condição debilitante em todo o mundo.

Embora possa ser percebido por meio de exames de imagem realizados durante a gravidez, o tratamento deve ser iniciado nas primeiras semanas de vida da criança, por profissional especializado e treinado.

 

Características:

Observa-se, ao nascimento, que o pé do bebê se direciona para baixo e tem a parte da frente virada para dentro e para cima, apontando para a outra perna. Também é possível perceber que a parte de trás da perna (panturrilha ou batata da perna) é mais fina e o pé é um pouco menor. Apesar da condição, a criança não sente dor. Porém, sem tratamento, a deformidade vai provocar limitações para o indivíduo desde os primeiros anos de vida, além de ter grande impacto social e emocional para ele e para a sua família.

Caminhar pode ser doloroso e extremamente difícil para pessoas que vivem com pé torto congênito não corrigido, e a deformidade piora com o tempo, dificultando o uso de calçados e causando torções e problemas de sustentação do peso, que levam à formação de calos e bursas dolorosas na superfície do pé afetado.

Indivíduos que crescem sem tratamento para o PTC têm restringidas suas chances de participar plenamente da sociedade e da força de trabalho, levando à perda de produtividade e de contribuições econômicas valiosas.

O estigma que envolve o problema frequentemente resulta em exclusão social, discriminação e marginalização dos afetados, dificultando o acesso a serviços e apoio essenciais. Além disso, a sobrecarga dos sistemas de saúde aumenta devido às consequências de longo prazo do pé torto não tratado, como dor intensa, problemas crônicos de mobilidade e complicações de saúde relacionadas.

 

Tratamento:

Os objetivos são que a criança tenha pés apoiados no chão, caminhe bem, não sinta dor e consiga calçar sapatos “normais”. Numa pequena minoria de casos, algumas diferenças na aparência dos pés permanecem, mas o sucesso ocorre na grande maioria dos pacientes tratados.

O tratamento consiste na realização de determinadas manobras nos pés e a colocação de gesso. Geralmente envolve:

– Visitas semanais ao serviço de saúde, durante 5 a 8 semanas, para o reposicionamento do pé, em busca do caminho para a correção;
– Um pequeno procedimento cirúrgico ambulatorial para alongar o tendão de Aquiles;
– Uso de um suporte de abdução do pé, por até cinco anos, para prevenir recidivas.

Após a retirada do último gesso, o pé já está corrigido e a terapia prossegue com o uso de um par de sapatos de couro, abertos na frente, conectados por uma barra firme que mantém a posição do pé, permitindo o movimento dos joelhos e do quadril.

 

O Método Ponseti é quase 100% eficaz quando aplicado corretamente por um profissional de saúde qualificado e é considerado o tratamento “padrão ouro”, levando a uma vida normal e produtiva.

 

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento, habilitação e reabilitação para pessoas com deficiência, incluindo-se os indivíduos com pé torto congênito, por meio dos Serviços Especializados em Reabilitação, como Centros Especializados em Reabilitação (CER), Serviços de Modalidade Única e Credenciados, onde se concentram a oferta desses serviços. O SUS tem serviços habilitados em todo o Território Nacional.

 

Fontes:

Global Clubfoot Initiative
Hospital Israelita Albert Einstein / Blog Vida Saudável
Hospital Pequeno Príncipe (PR)
The Ponseti International Association

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