06/11 – Dia da Malária nas Américas: “Alcançar a meta zero malária”
O Dia da Malária nas Américas, comemorado em 6 de novembro, oferece uma oportunidade para os países da Região incentivarem a participação e fortalecerem o compromisso de vários atores e partes interessadas na luta contra a malária.
São necessárias medidas urgentes reverter a resposta global à malária, e a responsabilidade desse desafio recai sobre os países mais afetados pela doença. Todos os envolvidos em celebrar este dia têm a opção de usar o tema para fortalecer o compromisso com a luta contra a malária.
A doença, também conhecida como impaludismo, paludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além de nomes populares como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre, é uma enfermidade infecciosa causada por um parasito do gênero Plasmodium, transmitido para humanos pela picada de fêmeas infectadas dos mosquitos Anopheles (mosquito-prego).
Estes mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno. Portanto, não é uma doença contagiosa, ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir malária diretamente a outra pessoa.
Outras formas de transmissão também podem ocorrer, em casos mais raros, por transfusão sanguínea, uso de seringas contaminadas, acidentes de laboratório e da mãe grávida para o bebê (congênita).
No Brasil, a maioria dos casos se concentra na região amazônica, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Na região extra-amazônica, composta pelas demais unidades federativas, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada, pois a letalidade nesta região é maior que na região amazônica.
Os sintomas mais comuns são:
– Febre alta;
– Calafrios;
– Tremores;
– Sudorese;
– Dor de cabeça, que pode ocorrer de forma cíclica.
Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.
A malária grave caracteriza-se por um ou mais desses sinais e sintomas:
– Prostração;
– Alteração da consciência;
– Dispneia ou hiperventilação;
– Convulsões;
– Hipotensão arterial ou choque;
– Hemorragias.
Gestantes, crianças e pessoas infectadas pela primeira vez estão sujeitas a maior gravidade da doença, principalmente por infecções pelo P. falciparum, que, se não tratadas adequadamente e em tempo hábil, podem ser letais.
Os locais preferenciais escolhidos pelos mosquitos transmissores da malária para colocar seus ovos (criadouros) são coleções de água limpa, sombreada e de baixo fluxo, muito frequentes na Amazônia Brasileira. O ciclo se inicia quando o mosquito pica um indivíduo com malária sugando o sangue com parasitos (plasmódios). No mosquito, os plasmódios se desenvolvem e se multiplicam. O ciclo se completa quando estes mosquitos infectados picam um novo indivíduo, infectando a pessoa com os parasitos.
O período de incubação, ou seja, o intervalo entre a aquisição do parasito pela picada da fêmea do mosquito até o surgimento dos primeiros sintomas, varia de acordo com a espécie de plasmódio. Para Plamodium falciparum, mínimo de sete dias; P. vivax, de 10 a 30 dias e P. malariae, 18 a 30 dias.
Tratamento:
Após a confirmação da malária, o paciente é tratado em regime ambulatorial, com medicamentos fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato. O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante; a idade e o peso do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; além da gravidade da doença.
Quando realizado de maneira correta e em tempo oportuno, a terapia garante a cura da doença.
O diagnóstico oportuno seguido, imediatamente, de tratamento correto são os meios mais efetivos para interromper a cadeia de transmissão e reduzir a gravidade e a letalidade por malária.
Não existe vacina contra a doença no Brasil. O imunizante disponível atualmente serve apenas para alguns países africanos com alta transmissão de malária por Plasmodium falciparum e é exclusivo para crianças pequenas.
Algumas substâncias capazes de gerar imunidade para a malária estão sendo estudadas no Brasil e no mundo, mas os resultados encontrados ainda não são satisfatórios para implantação da vacinação como medida de prevenção. Vale ressaltar que no Brasil quase 90% dos casos são causados pelo Plasmodium vivax e não há ainda previsão de alguma vacina eficaz para esta espécie.
Prevenção:
Entre as principais medidas de prevenção individual da malária estão:
– Usar mosquiteiros;
– Usar roupas que protejam pernas e braços;
– Colocar telas em portas e janelas;
-Usar repelentes.
Já as medidas de prevenção coletiva são:
– Fazer borrifação residual intradomiciliar;
– Usar mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração;
– Realizar drenagem e aterro de criadouros;
– Fazer pequenas obras de saneamento para eliminar os criadouros do vetor;
– Limpar as margens dos criadouros;
– Modificar o fluxo da água;
– Controlar a vegetação aquática;
– Melhorar as condições de moradia e de trabalho;
– Fazer uso racional da terra.
Em 3 de novembro de 2023 a República Dominicana, Belize e Suriname, bem como o estado mexicano de Quintana Roo e a cidade brasileira de Manaus, receberam o prêmio Campeões Contra a Malária nas Américas de 2023 da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) por suas ações sustentáveis para a eliminação da malária na Região.
A malária está entre as mais de 30 doenças que devem ser eliminadas como parte da Iniciativa de Eliminação de Doenças Transmissíveis 2030, da OPAS.
Fontes:
Fundação Oswaldo Cruz
Ministério da Saúde
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) 1
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) 2