08/8 – Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol
O colesterol é um conjunto de gorduras com aparência de cera. Está presente na estrutura de todas as células, forma ácidos biliares que atuam na digestão e faz parte da composição dos hormônios e de algumas vitaminas, notadamente a vitamina D, sendo essencial para o organismo.
Há dois tipos de colesterol: o de alta densidade, chamado HDL (do inglês High Density Lipoprotein) e o de baixa densidade, chamado LDL (do inglês Low Density Lipoprotein).
O HDL tira o colesterol das células para ser eliminado e ajuda a evitar o entupimento das artérias, sendo conhecido como “bom colesterol”. Seu nível deve ser alto.
O LDL leva o colesterol para as células e, em excesso, pode se depositar nas paredes das artérias, formando placas que aumentam o risco de infarto e de derrame, processo conhecido como aterosclerose. Por isso, o LDL é conhecido como “mau colesterol” e seu nível deve ser mantido baixo.
Deixar de fumar, fazer exercícios físicos e adotar uma dieta adequada são mudanças no estilo de vida que podem fazer toda a diferença para a saúde como um todo e, especialmente para prevenir as doenças cardiovasculares.
Ter o colesterol alto não apresenta sintomas e a única forma de diagnosticá-lo é dosando seus níveis sanguíneos. Quanto mais cedo na vida se dosa o colesterol, maior a chance de se detectar a tendência genética de produzir mais colesterol do que o necessário.
Com diagnóstico precoce, tratamento dos fatores de risco e das complicações, tem sido possível reduzir a carga da mortalidade por problemas cardiovasculares.
Alimentos e colesterol
As gorduras são fonte de energia, compõem as membranas que revestem nossas células e são essenciais para a absorção de algumas vitaminas. Assim, elas precisam fazer parte da alimentação. Porém, é crucial determinar a quantidade e o tipo de gordura a ser ingerida para se obter uma dieta saudável.
Existem três tipos principais de gorduras nos alimentos: as saturadas, as monoinsaturadas e as poli-insaturadas. Consumi-las em excesso, principalmente as saturadas, é pouco saudável e, desta forma, a maioria das gorduras consumidas diariamente deve ser monoinsaturada, presentes em alimentos como azeite de oliva, canola, abacate, amendoim e alguns tipos de nozes, ou poli-insaturada, encontrada em peixes como o atum, a sardinha e em frutos do mar; nozes e sementes de abóbora.
Causas da elevação do colesterol
Tanto o colesterol HDL “bom” quanto o LDL “ruim” são enviados do fígado para a circulação. Estima-se que cerca de 85% dos níveis de colesterol ruim são secundários à secreção pelo fígado, enquanto que 15% são provenientes da dieta.
Pacientes que têm níveis muito altos de colesterol LDL precisam ter uma alimentação com baixo teor de gorduras consideradas ruins (saturadas). Associada a exercício físico aeróbico regular, podem reduzir entre 15 a 20% dos níveis desse tipo de gordura no sangue e, consequentemente, atenuar as chances de complicações, como o infarto.
Por outro lado, alguns pacientes, além da modificação de estilo de vida precisam de medicamentos específicos para reduzir o colesterol ruim.
Hábitos de vida saudável, ainda na infância e na adolescência, seriam a principal medida preventiva pois, após os 40 anos de idade, se inicia o período de maior prevalência dos fatores de risco para a doença cardiovascular: o colesterol elevado, a hipertensão arterial e o diabetes, acrescidos pelo tabagismo, obesidade e sedentarismo; nas mulheres, a chegada da menopausa é também um fator agravante.
Recomendações:
Para diminuir o colesterol ruim:
– Praticar exercícios físicos;
– Ter uma alimentação saudável;
– Consultar um médico para avaliação, pois pode ser necessário tomar medicamentos para normalizar os níveis de colesterol LDL.
Para aumentar o colesterol bom:
– Praticar exercícios físicos de alta intensidade;
– Aumentar o consumo de abacate, nozes, soja, aveia, frutas e legumes;
– Perder peso, se estiver acima do peso ideal, especialmente se tiver muita gordura abdominal.
As doenças cardiovasculares, consequência direta do colesterol alto, são responsáveis por cerca de 30% de todas as mortes no país, o que corresponde a 400 mil óbitos por ano. O colesterol elevado atinge 40% da população adulta no Brasil e cerca de 20% de crianças e adolescentes. O descontrole é um dos fatores de risco cardiovascular mais relevante podendo causar infarto, AVC e mortes.
“Alertar a população faz todo o sentido já que a grande maioria das pessoas não sabe que convive com a dislipidemia e, portanto, não age para combater o problema”, lembra a diretora da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), Maria Cristina Izar. “Um exame de sangue simples é suficiente para detectar a anomalia. Porém, a constatação é apenas o primeiro passo para o controle, que exigirá mudança no estilo de vida, incluindo prática de atividade física e alterações na dieta”, completa.
O Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol é uma campanha de conscientização e de prevenção acerca dos problemas relacionados aos níveis descontrolados de colesterol.
Fontes:
Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo
Escola de Enfermagem da UNIFESP
Hospital Alemão Oswaldo Cruz
Hospital de Clínicas de Passo Fundo (RS)
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)