24/6 – Dia Nacional de Conscientização sobre a Fissura Labiopalatina


 

O Dia Nacional de Conscientização sobre a Fissura Labiopalatina, comemorado anualmente em 24 de junho, faz referência à fundação do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (USP), em 1967.

A data foi instituída pela Lei nº 14.404/2022, configurando-se como uma conquista de várias especialidades médicas e de saúde que objetiva conscientizar e informar a sociedade sobre as questões relacionadas a esse problema, bem como a importância do seu tratamento de forma multidisciplinar, com profissionais da saúde, como enfermeiro, fonoaudiólogo, psicólogo, geneticista, pediatra, otorrinolaringologista, cirurgião craniofacial, dentre outros.

 

A fissura labiopalatina é uma condição congênita que ocorre como consequência do desenvolvimento incompleto do lábio e/ou do palato, enquanto o bebê está se formando.

Tanto o lábio como o palato são formados por estruturas que, até a 12ª semana de gestação, estão separadas. Elas devem se unir para que ocorra a formação normal da face, porém, se esta fusão não acontece, as estruturas permanecem separadas, dando origem às fissuras no lábio e/ou no palato.

Nas fissuras mais comuns, o lado esquerdo e o direito do lábio não se juntam, deixando uma linha vertical aberta. A mesma situação pode acontecer com o céu da boca. Em casos mais raros pode haver duas fissuras no palato, uma do lado direito e outra do lado esquerdo.

O defeito está relacionado a fatores genéticos e ambientais e afeta aproximadamente uma criança a cada 650 nascimentos, sendo a deformidade facial congênita mais comum e a segunda que mais acomete o ser humano no mundo.

Somente no Brasil, cerca de cinco mil crianças nascem com a fissura labiopalatina por ano. Entretanto, brasileiros ainda vivem sem tratamento ou com o tratamento incompleto, o que traz sequelas que afetam suas vidas tanto do ponto de vista biológico como social e econômico, pois estes indivíduos enfrentam dificuldades de relacionamento, educação, inserção social e no mundo do trabalho.

As causas da má-formação ainda são desconhecidas e podem aparecer de forma isolada ou em conjunto com outros tipos de anomalia. Até o momento, sabe-se que determinados fatores podem estar envolvidos no desenvolvimento da condição, como: fatores genéticos, exposição à radiação, consumo de álcool e medicamentos, fumo e deficiências nutricionais.

 

As principais complicações da fissura labiopalatina são dificuldade na alimentação e na respiração, alterações na arcada dentária, comprometimento do crescimento facial e prejuízo no desenvolvimento da fala e da audição. Vale mencionar, ainda, as questões psicológicas decorrentes do preconceito, estigma e bullying.

 

O tratamento deve começar o quanto antes. A partir do 1º mês de vida já tem início o processo de avaliação e preparação do recém-nascido para a cirurgia que, geralmente, ocorre aos 6 meses de idade.

A fissura labiopalatina pode acometer só o lábio, o lábio e a gengiva, ou o lábio, a gengiva e todo céu da boca, ou pode ser apenas no céu da boca, de maneira isolada. Assim, dependendo do tamanho e da região atingida, podem ser necessárias várias intervenções cirúrgicas ao longo da vida a fim de reestabelecer a arquitetura facial e a função fonatória, o que pode se estender ao longo da infância, adolescência, até chegar à fase adulta do paciente.

Os pacientes adultos também passam pelo mesmo processo clínico, porém, há uma preocupação maior com a readaptação do indivíduo à sociedade.

 

A fissura labiopalatina pode ocorrer mesmo em gestações saudáveis, porém, alguns cuidados podem reduzir as chances, dentre eles:

– Evitar substâncias como álcool, fumo ou outras drogas;

– Garantir uma boa nutrição, inclusive com suplementação de ácido fólico (é sabido que o ácido fólico tem papel protetor contra defeitos do tubo neural, que podem estar relacionados com a fissura labiopalatina;

– Realizar acompanhamento pré-natal.

 

Fontes:

Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) / Hospital Universitário Júlio Müller – MT
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) / Hospital Universitário Professor Alberto Antunes – AL
Núcleo de Telessaúde de Sergipe

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