“Acesso aos Cuidados”: 01/10 – Dia Mundial da Urticária


 

O Dia Mundial da Urticária é uma campanha global para conscientizar e sensibilizar sobre a enfermidade, ajudar a melhorar a vida dos doentes e progredir na sua compreensão entre profissionais, meios de comunicação social e público em geral.

O tema de 2023, “Acesso aos Cuidados”, foi escolhido para destacar o impacto que a urticária pode ter na vida das pessoas afetadas, pois as crises podem causar tensão nos relacionamentos, impactar negativamente o trabalho e comprometer muitos outros aspectos do cotidiano.

Para as celebrações deste ano, destacam-se algumas mensagens-chave:

– Os cuidados devem ser universais e acessíveis a todos;
– Os cuidados devem ser tempestivos e adequados;
– Os cuidados devem levar em conta a pessoa como um todo, incluindo a saúde mental e as comorbidades;
– Os cuidados devem incluir o apoio de grupos locais de pacientes;
– Os cuidados devem ser financeiramente acessíveis.

 

A urticária é uma doença que acomete a pele, caracterizada por lesões avermelhadas e levemente inchadas, como vergões, que coçam muito. Elas podem surgir de repente, em qualquer região do corpo, e desaparecer espontaneamente para ressurgir depois noutro local.

Podem aparecer em surtos, em qualquer período do dia ou da noite, durar horas e desaparecer sem deixar marcas na pele.

Os fatores envolvidos no desenvolvimento da urticária ainda não são bem compreendidos. O conhecimento científico atual mostra que a maioria das crises acontece por mecanismos não alérgicos. Isto quer dizer que na maioria dos casos, urticária não é alergia! Ocorre a liberação de uma substância chamada histamina, que age nos vasos sanguíneos e na pele, causando o inchaço e a vermelhidão.

De acordo com a causa, a urticária é classificada em:

– Induzida: quando um fator é responsável por desencadeá-la, como drogas, alimentos, infecções, estímulos físicos (calor, frio, sol, água, pressão);

– Espontânea: quando ocorre sem uma causa identificada, também chamada de urticária idiopática.

Pesquisas mostram que a forma aguda pode ser desencadeada por estímulos de origem imunológica ou não imunológica. Nas não imunológicas, que incluem a urticária aguda alérgica e a urticária crônica induzida, a erupção cutânea é consequência de uma reação alérgica aguda a agentes físicos, tais como: certos medicamentos, (AAS, diclofenaco, penicilina, anti-hipertensivos, etc.), alguns alimentos (frutos do mar, ovos, nozes, leite, chocolate, conservas, etc.), picadas de inseto, ou ainda como reação à exposição direta da pele ao frio, ao calor, a raios solares, à água quente ou fria, e a exercícios físicos. As lesões podem surgir, também, em áreas da pele que estiveram sujeitas à fricção ou que foram mantidas sob pressão.

Sintomas:

O sintoma mais comum é a coceira intensa, mas as lesões podem provocar a sensação de ardor ou queimação. Pode ocorrer inchaço rápido, intenso e localizado, que atinge normalmente pálpebras, lábios, língua e garganta. Este inchaço é chamado de angioedema e, algumas vezes, por dificultar a respiração, constitui risco de vida.

Também existe uma complicação chamada anafilaxia, na qual a reação envolve todo o corpo, causando náuseas, vômitos, queda da pressão arterial e inchaço na garganta, provocando dificuldade para respirar. Esses casos são graves e precisam de atendimento de emergência.

Tratamento:

Medicamentos anti-histamínicos (conhecidos como antialérgicos), por via oral, são úteis para aliviar os sintomas em casos de urticária aguda. A urticária crônica não tem cura, mas as crises podem ser controladas com medicamentos que melhoram os sintomas e, consequentemente, a qualidade de vida dos pacientes.

O tratamento é estabelecido individualmente, de acordo com as necessidades de cada um, tanto nos casos agudos quanto nos crônicos. Medicação de uso local não costuma apresentar resultados eficazes para o controle da doença. Quando é possível identificar a causa das lesões, a primeira medida terapêutica consiste em suspender o contato com o agente desencadeador das crises.

Recomendações:

– Fique atento. Se você já sabe o que desencadeia os surtos de urticária, afaste-se dele. Essa é a maneira mais segura de prevenir as crises;

– Evite coçar a pele, particularmente nas áreas em que se desenvolveram as lesões;

– Aplique compressas frias sobre as lesões para aliviar a coceira, que costuma ser o principal sintoma da urticária;

– Leve imediatamente a pessoa para atendimento médico-hospitalar se, além dos sintomas característicos da urticária, ela apresentar dificuldade para respirar, falar ou engolir;

– Não se automedique nunca. Siga rigorosamente as orientações médicas;

– Relaxe. Estresse não é a primeira causa para o aparecimento da urticária, mas pode piorar os sintomas.

Observação importante: Quando a crise de urticária aguda é desencadeada por alimentos ou remédios, no máximo uma hora depois que foram ingeridos, pode ser sinal de uma reação alérgica que requer atendimento médico de urgência.

 

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella
Sociedade Brasileira de Dermatologia
The GA2LEN Urticaria Centers of Reference and Excellence Network – Alemanha

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