16/5 – Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca
Todos os anos, as Associações Nacionais de Celíacos em todo o mundo utilizam o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Celíaca como uma oportunidade para sensibilizar o público sobre o transtorno e outras questões relacionadas ao glúten.
Em diferentes países, são organizadas campanhas e sessões informativas para partilhar informações sobre as últimas pesquisas, tratamentos, campanhas de diagnóstico precoce e dietas que podem ajudar as pessoas com doença celíaca e problemas relacionados ao glúten a melhorar o seu bem-estar e diminuir o desconforto.
Estima-se que de 2 a 2,5 milhões de brasileiros tenham doença celíaca e 80% deles desconhecem sua condição. Sendo assim, apesar de sua prevalência, a doença ainda é pouco conhecida e diagnosticada em muitos casos, o que pode levar a complicações de saúde.
Doença celíaca é uma condição autoimune causada pela intolerância ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, cevada, aveia, centeio, e seus derivados, como massas, pizzas, bolos, pães e biscoitos. O organismo não consegue digerir o glúten, ocasionando uma resposta autoimune contra o intestino, fazendo com que o organismo tenha dificuldade para absorver os nutrientes dos alimentos, vitaminas, sais minerais e água.
Sintomas:
Os sintomas, em geral, aparecem entre os seis meses e dois anos e meio de idade. No entanto, isso não é regra e adultos podem manifestá-la também.
– Diarreia ou prisão de ventre crônica;
– Dor abdominal;
– Náuseas ou vômitos;
– Inchaço na barriga;
– Falta de apetite;
– Osteoporose;
– Anemia;
– Perda de peso e desnutrição;
– Baixa estatura (crianças).
Tratamento:
O principal tratamento é a dieta com total ausência de glúten; quando a proteína é excluída da alimentação os sintomas desaparecem. A maior dificuldade para os pacientes é conviver com as restrições impostas pelos novos hábitos alimentares.
Atualmente já é possível encontrar vários tipos de alimentos sem glúten nas prateleiras dos supermercados. Há diversos tipos de farinhas e amidos que podem ser substituídos nas preparações que anteriormente utilizavam farinha de trigo – é o caso das farinhas de oleaginosas, polvilho doce ou azedo, fubá, amido de milho, farinha de arroz, etc.
Além disso, no Brasil, a Lei nº 10.674/2003 determina que todos os alimentos industrializados informem em seus rótulos a presença ou não de glúten, como forma de resguardar o direito à saúde dos portadores de doença celíaca.
Contaminação cruzada:
Uma grande dificuldade para os celíacos é a contaminação cruzada – tipo de contaminação que ocorre quando há transferência de contaminantes de um alimento ou utensílio para alimentos que serão consumidos. Pode acontecer nas diferentes etapas do processo de produção do alimento: pré-preparo, tratamento, armazenamento, transporte, serviço. São fontes de contaminação: esponjas, panos de prato, talheres, óleo para fritura, dentre outros. O ideal seria que o celíaco só consumisse alimentos preparados em cozinhas descontaminadas.
No País, desde 2018 ocorre a campanha “Maio Verde”, evento com o objetivo de ressaltar a conscientização sobre os sintomas da doença celíaca, a importância do diagnóstico precoce e a necessidade de seguir uma dieta sem glúten para controlar a condição. Além disso, o movimento visa diminuir o estigma em torno da doença e promover a inclusão das pessoas afetadas na sociedade.
Fontes:
Association of European Coeliac Societies (AOECS)
Conselho Regional de Nutricionistas – 2ª. região (RS)
Federação Brasileira de Gastroenterologia
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG)