Informação salva vidas: Julho Verde – Mês Nacional do Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço 2025
A campanha “Julho Verde – Mês Nacional do Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço” foi instituída pela Lei nº 14.328/2022 com o objetivo de levar conscientização, prevenção e combate a esses tipos de câncer que se desenvolvem na região da boca, orofaringe, laringe (local onde estão as cordas vocais), nariz, seios nasais, nasofaringe, órbita, pescoço, tireoide, couro cabeludo, pele do rosto e do pescoço.
A data já vinha sendo observada desde 2015 por iniciativa da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) e tornou-se oficial com a sanção da referida Lei de 2022.
Dentre os tumores de cabeça e pescoço o câncer de laringe é o mais comum, mas também são habituais os que afetam a tireoide e a cavidade oral.
Este tipo de câncer costuma ocorrer a partir dos 40 anos e os homens têm 2 a 3 vezes mais chances de desenvolvê-lo em comparação com as mulheres, no entanto, sua incidência entre elas está aumentando.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 80% dos diagnósticos da doença acontecem em fumantes ou ex-fumantes e o consumo de bebida alcoólicas está presente em 50% dos casos.
As estimativas do INCA apontam que, no triênio 2023-2025, estão previstos 7.790 casos novos de câncer de laringe no país, correspondendo ao risco estimado de 3,59 por 100 mil habitantes – sendo 6.570 casos em homens e 1.220 em mulheres.
Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2023 foram realizadas 13.661 cirurgias de câncer de cabeça e pescoço pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No mesmo ano, os números referentes à quimioterapia e radioterapia chegaram a 71.695 e 13.310, respectivamente.
Indicadores preliminares apontam que, no ano de 2023, foram registrados 2.068 óbitos por neoplasia maligna da cabeça, face e pescoço. Foram 86 mortes a menos que em 2022, quando foram notificadas 2.154. A região com o maior índice de mortalidade é a Sudeste, com 1.004 casos.
Boa parte desses diagnósticos ocorre em razão de alguns hábitos de vida que são prejudiciais à saúde e, para se ter uma ideia, cerca de 40% dos casos de câncer de cabeça e pescoço poderiam ser evitados com mudanças no estilo de vida.
Dentre os principais fatores de risco que podem influenciar o desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço estão:
– Tabagismo: os fumantes têm risco maior do que os não fumantes de desenvolveram a doença. Uma pessoa que fuma tem 15 vezes mais probabilidade de desenvolver câncer de cabeça e pescoço do que um não fumante.
– Bebida alcoólica: o consumo regular de bebidas alcoólicas aumenta o risco de desenvolver a doença.
– Papilomavírus Humano (HPV): a infecção pelo HPV está associada ao desenvolvimento de câncer de garganta, base da língua e amígdalas, também conhecido como câncer de orofaringe.
– Exposição ao sol sem proteção: representa risco importante para o câncer de lábios;
– Excesso de gordura corporal: aumenta o risco de câncer de boca;
– Exposição laboral a determinados agentes como: óleo de corte, amianto, poeira de madeira, poeira de couro, poeira de cimento, de cereais, têxtil e couro, amianto, formaldeído, sílica, fuligem de carvão, solventes orgânicos e agrotóxicos está associada ao desenvolvimento de câncer de boca.
Os trabalhadores da agricultura e criação de animais, indústria têxtil, de couro, metalúrgica, borracha, construção civil, oficina mecânica, fundição, mineração de carvão, assim como profissionais cabeleireiros, carpinteiros, encanadores, instaladores de carpete, moldadores e modeladores de vidro, oleiros, açougueiros, barbeiros, mineiros, canteiros, pintores e mecânicos de automóveis podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença.
Sinais e sintomas:
Dentre os mais comuns estão:
– Ferida na boca que não cicatriza;
– Manchas esbranquiçadas na boca;
– Rouquidão;
– Nódulo palpável no pescoço;
– Dor de garganta que não melhora;
– Dor ou dificuldade para engolir ou respirar;
– Sangramento ou secreção persistente pelo nariz;
– Dor no ouvido ou dificuldade para ouvir;
– Dores de cabeça e tosse persistentes.
Ao perceber algum desses sinais que persista por mais de três semanas é preciso buscar avaliação médica ou do dentista (no caso de ferida na boca) para que sejam realizados os exames necessários para o diagnóstico preciso.
Tratamento:
A indicação do tratamento mais efetivo para o câncer de cabeça e pescoço depende de alguns fatores que precisam ser avaliados de forma individual, entre eles o tipo de tumor, a sua localização e as suas características, o estadiamento da doença e o perfil clínico do paciente. Dentre as opções estão a cirurgia para remoção do tumor, a radioterapia, a quimioterapia, drogas-alvo e a imunoterapia. Esses procedimentos podem ocorrer de forma isolada ou combinada. Já para o câncer de tireoide usa-se também a iodoterapia.
Prevenção:
Com o slogan “Informação salva vidas” a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) aproveita a Campanha Julho Verde para intensificar os alertas sobre a importância da prevenção e da detecção precoce do câncer, que, na região da cabeça e pescoço pode chegar ao índice de 90% de cura, se tratado precocemente, ou seja, em fase inicial.
As principais medidas preventivas incluem:
– Não fumar;
– Vacinar-se contra o HPV;
– Manter o peso corporal dento dos limites da normalidade;
– Manter boa higiene bucal;
– Usar preservativo (camisinha) na prática do sexo oral;
– Atentar para qualquer alteração na boca;
– Aproveitar as consultas com o dentista para tirar dúvidas e, principalmente, relatar qualquer sinal ou sintoma diferente.
Fontes:
Associação Brasileira de Portadores de Câncer (AMUCC)
Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP)
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP)