“Sua história pode salvar uma vida: prevenção de afogamento por meio de experiências compartilhadas”: 25/7 – Dia Mundial da Prevenção do Afogamento 2025


 

O Dia Mundial da Prevenção do Afogamento foi declarado por Resolução da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em abril de 2021.

Realizada anualmente em 25 de julho, a campanha é uma oportunidade para destacar o impacto trágico e profundo do afogamento nas famílias e comunidades e oferecer soluções que salvam vidas para preveni-lo.

Na última década, os acidentes por afogamento ceifaram mais de 3 milhões de vidas — a maioria crianças e jovens — exigindo ação urgente agora.

Estima-se que 236.000 pessoas se afoguem todos os anos,  números que fazem deste tipo de acidente estar entre as dez principais causas de morte de crianças de 5 a 14 anos. Mais de 90% dessas mortes ocorrem em rios, lagos, poços, reservatórios de água domésticos e piscinas, em países de baixa e média renda, com crianças e adolescentes em áreas rurais sendo desproporcionalmente afetados.

 

O progresso feito na prevenção de afogamentos é encorajador, mas a verdade é que a cada hora, diariamente, mais de 30 pessoas continuam perdendo suas vidas por essa causa.

 

Neste Dia Mundial de 2025 serão compartilhadas histórias poderosas sobre agentes de mudança do mundo todo que estão ajudando a salvar vidas e a prevenir incapacidades permanentes causadas por afogamento.

Desde ensinar comunidades sobre segurança aquática até desenvolver planos nacionais de prevenção de afogamentos, seus esforços combinados ajudaram a manter as pessoas seguras perto da água.

 

O que os países podem fazer para prevenir afogamentos?

– Barreiras: Instalação de barreiras em áreas públicas para evitar acesso fácil a perigos aquáticos;
– Supervisão: Garantir a presença de salva-vidas em piscinas e praias públicas;
– Treinamento: Fornecer às comunidades treinamento em resgate e ressuscitação;
– Resposta: Manter operações de busca e salvamento ativas e eficazes;
– Alertas meteorológicos antecipados: Fornecendo alertas meteorológicos gratuitos e acessíveis para ajudar as comunidades a se manterem informadas sobre os riscos.

 

O que as pessoas podem fazer para evitar afogamentos?

– Aprender a nadar: equipar as famílias com habilidades de natação. Aulas de natação salvam vidas;
– Supervisionar as crianças: nunca deixar crianças sozinhas perto da água, mesmo que por um instante;
– Não consumir álcool perto de água: manter-se alerta e vigilante;
– Estar atento ao ambiente: sempre verificar as condições meteorológicas e da água antes de nadar ou navegar. Manter-se informado e seguro;
– Usar equipamentos de segurança: certificar-se de que os coletes salva-vidas estejam disponíveis e sejam usados corretamente durante a navegação. O acesso a equipamentos de segurança pode fazer uma diferença crucial.

 

O primeiro Relatório Global sobre Prevenção de Afogamentos (Global status report on drowning prevention, 2024) detalha a escala de fatalidades por essa causa no mundo e o progresso feito no avanço de estratégias e ações para reduzi-los globalmente.

O documento apresenta uma referência para monitorar o progresso da prevenção de afogamentos ao longo do tempo — em níveis global, regional e nacional — e para fortalecer uma colaboração multissetorial significativa dentro de governos, organizações, sociedades e nas Nações Unidas.

 

No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2010 e 2023, o país registrou um total de 71.663 mortes por afogamento. Os maiores envolvidos nesse tipo de acidente são crianças e adolescentes. No período analisado, 12.662 casos (17,7%) ocorreram entre adolescentes de 10 a 19 anos e 5.878 (8,2%) tiveram como vítimas crianças de 1 a 4 anos.

No que se refere às internações, entre 2010 e 2023, foram registrados 11.197 casos relacionados a afogamentos. Quase 30% das ocorrências – um total de 3.072 – envolveram crianças e adolescentes de até 14 anos; e mais da metade dessas ocorrências (51% delas) ocorreu com crianças de 1 a 4 anos, evidenciando a grande vulnerabilidade dessa faixa etária. Os números reforçam a necessidade de adotar medidas preventivas e de conscientização para reduzir o risco de acidentes.

Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, quando são analisados dados de 2014 a 2021, observa-se uma tendência de aumento anual de 2% nas taxas de mortalidade por afogamento acidental em crianças de 1 a 4 anos.

“A maior parte dos afogamentos acontece em praias e cachoeiras, mas são muitos os registros de acidentes dentro de casa, em piscinas, banheiras, baldes, entre outros. As crianças menores são as mais vulneráveis e podem se afogar em qualquer recipiente, mesmo com pouca água ou outros líquidos”, explica.

 

Prevenção:

As mortes por afogamento podem ser evitadas com alguns cuidados. O Ministério da Saúde recomenda:

– Assegurar a supervisão de crianças por adultos enquanto estiverem na água ou próximo;
– Evitar deixar brinquedos e outros objetos atrativos próximos à piscina e reservatórios de água;
– Proteger piscinas, poços e reservatórios com barreiras que impeçam o acesso à água;
– Evitar brincadeiras inadequadas na água como corridas, empurrões e saltos;
– Observar e respeitar as sinalizações em praias, rios e lagos que indiquem áreas com alto risco de afogamento;
– Evitar nadar em áreas profundas, de profundidade desconhecida ou distantes da margem;
– Não entrar na água durante condições climáticas desfavoráveis, como raios, trovões, tempestades, ventanias ou quando o mar estiver agitado.

Em caso de acidentes, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) deve ser acionado pelo número 192 para garantir uma resposta especializada.

 

Fontes:

Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde (OMS)

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