25/4 – Dia Mundial da Malária : “Hora da malária zero: investir, inovar, implementar”
A celebração do Dia Mundial da Malária deste ano será marcada sob o lema “Hora da malária zero: investir, inovar, implementar”. Como parte desta campanha, a Organização Mundial da Saúde (OMS) se concentrará no terceiro “i” (implementar) e na importância crítica de alcançar populações carentes com as ferramentas e estratégias já disponíveis.
Investir:
De acordo com o World Malaria Report 2022, da OMS, a lacuna de financiamento entre o valor investido na resposta global à malária (US$ 3,5 bilhões) e os recursos necessários (US$ 7,3 bilhões) aumentou, especialmente nos últimos três anos, passando de um déficit de US$ 2,6 bilhões em 2019 para US$ 3,5 bilhões em 2020 e US$ 3,8 bilhões em 2021.
Devido ao ambiente econômico em mudança, o espaço de financiamento para a resposta à malária tornou-se cada vez mais difícil.
Neste ambiente de recursos limitados, é essencial direcionar melhor os recursos disponíveis. Deve ser dada prioridade ao financiamento das populações mais vulneráveis, com menor probabilidade de acesso aos serviços e mais afetadas quando adoecem. Financiamento adequado e previsível é essencial para sustentar o progresso na luta contra a malária.
Inovar:
Apesar dos recentes contratempos no controle da malária, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) desempenharam um papel crucial na redução da carga global da doença nas últimas duas décadas. Desde 2000, o desenvolvimento e implantação em massa de testes de diagnóstico rápido, mosquiteiros tratados com inseticida e terapias combinadas à base de artemisinina têm sido a espinha dorsal da resposta à malária.
Os investimentos em P&D para uma vacina resultaram na fabricação e recomendação da primeira vacina para prevenir a malária e reduzir a doença e a morte em crianças que vivem em áreas de transmissão moderada a alta, bem como a demanda por essa vacina é muito alta.
Implementar:
Os países afetados pela malária e seus parceiros são fortemente encorajados a aplicar as ferramentas e estratégias recomendadas pela OMS, que agora estão disponíveis para todos em risco de contrair a doença, particularmente os mais vulneráveis.
De acordo com o último Relatório Mundial sobre a Malária, os países fizeram algum progresso na expansão do acesso aos serviços de malária para as populações em maior risco. No entanto, muitas pessoas com alto risco continuam sem acesso aos serviços de que precisam para prevenir, detectar e tratar a doença.
As dificuldades em expandir o acesso aos serviços foram exacerbadas, particularmente na África subsaariana, pela pandemia de COVID-19 em andamento, crises humanitárias simultâneas, financiamento limitado, sistemas de vigilância fracos e a diminuição da eficácia das ferramentas básicas de controle da malária.
Para enfrentar essas ameaças e ajudar os países a criar programas mais resilientes, a OMS publicou recentemente novas orientações e estratégias e, também, aumentou a transparência, a flexibilidade e o acesso às suas recomendações sobre a malária.
Além de enfrentar os desafios técnicos de implementação dessas recomendações, é essencial superar as barreiras que impedem as pessoas de acessar serviços de qualidade.
Os investimentos em sistemas de saúde que funcionem bem, construídos sobre os fundamentos da atenção primária à saúde, podem atender às necessidades de saúde das pessoas, próximo de onde vivem e trabalham, ao mesmo tempo em que reduzem o custo dos cuidados e melhoram a equidade.
O Dia Mundial da Luta Contra a Malária foi criado em 2007, pela Organização Mundial da Saúde, para marcar o reconhecimento aos esforços globais para o controle efetivo da doença que mata milhares de pessoas no mundo.
A malária é considerada um grave problema de saúde pública no mundo, sendo uma das doenças de maior impacto na morbidade e na mortalidade da população dos países situados nas regiões tropicais e subtropicais do planeta. De acordo com a OMS, 247 milhões de casos de malária foram registrados em 2021 em 84 países endêmicos. Em 2020 eram 245 milhões de casos. A maioria deste aumento ocorreu em países da Região Africana. Os óbitos por malária reduziram de 625.000 em 2020 para 619.000 em 2021.
No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentram na região amazônica, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Na região extra-amazônica, composta pelas demais unidades federativas, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada, pois a letalidade nesta região é maior que na região amazônica.
A malária é uma infecção febril aguda, causada pelo parasita plasmodium, transmitida através da picada da fêmea do mosquito Anopheles (mosquito-prego).
Sintomas:
Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta (no início contínua e depois com frequência de três em três dias), dores de cabeça e musculares, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), aumento do baço e, por vezes, delírios.
No caso de infecção por Plasmodium falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença. Além dos sintomas correntes, aparece ligeira rigidez na nuca, perturbações sensoriais, desorientação, sonolência ou excitação, convulsões, vômitos e dores de cabeça, podendo o paciente chegar ao coma.
Transmissão:
O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium ou, mais raramente, por outro tipo de meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra sadia, como o compartilhamento de seringas (usuários de drogas), transfusão de sangue ou até mesmo da mãe para feto, na gravidez.
Tratamento:
Em geral, após a confirmação da malária, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com medicamentos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato.
O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante; a idade do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; gravidade da doença.
Prevenção:
– Medidas de prevenção individual: uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, uso de repelentes.
– Medidas de prevenção coletiva: drenagem, obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoria da moradia e das condições de trabalho, uso racional da terra.
Fontes:
Governo do Tocantins. Secretaria da Comunicação
Fundação Oswaldo Cruz
Ministério da Saúde. Saúde de A a Z
World Health Organization