“Juntos, vamos criar um mundo amigo do intestino”: 19/5 – Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal
A Doença Inflamatória Intestinal (DII) caracteriza-se pela inflamação dos intestinos e afeta, principalmente, a população jovem.
Pode apresentar-se como Doença de Crohn ou Retocolite Ulcerativa e prejudica, na maioria dos casos, a transição do intestino delgado para o grosso, porém, a Doença de Crohn pode acometer todo o trato gastrointestinal, da boca ao ânus.
Tem como principais sintomas: diarreia, dor abdominal, emagrecimento, presença de sangue e muco nas fezes e febre. Também pode causar sintomas fora do trato gastrointestinal, são as chamadas manifestações extra intestinais, que ocorrem principalmente nas articulações, provocando dor, inchaço e calor, mas os pacientes podem ter, ainda, problemas em outros órgãos como pele e olhos, relacionados com a doença.
Os pacientes com Doença de Crohn ou Retocolite Ulcerativa costumam apresentar períodos de melhora e outros de piora dos sintomas. Esses períodos são conhecidos como remissão e crise, respectivamente.
Os sintomas podem piorar depois da ingestão de determinados alimentos, como cafeína, álcool e comidas gordurosas.
Causas:
As causas da DII ainda não são conhecidas, mas acredita-se que seja resultado da interação de fatores ambientais, genéticos e imunológicos. Não é uma doença transmitida por contato – ocorre por alterações no sistema de defesa do organismo, caracterizando-se como doença autoimune. Pode ser provocada por:
– motilidade anormal do intestino delgado durante o jejum, contrações exageradas depois da ingestão de alimentos gordurosos ou em resposta ao estresse;
– hipersensibilidade dos receptores nervosos da parede intestinal à falta de oxigênio, distensão, conteúdo fecal, infecção e alterações psicológicas;
– níveis elevados de neurotransmissores (como a serotonina, por exemplo) no sangue e no intestino grosso;
– infecções e processos inflamatórios;
– depressão e ansiedade.
Tratamento:
A DII não tem cura. O tratamento visa a melhora dos sintomas como, dor, prisão de ventre e diarreia. Normalmente, os pacientes precisam fazer mudanças na alimentação e no estilo de vida, além de usar medicamentos nas fases mais intensas, quando há muito desconforto. O paciente pode passar longos períodos sem manifestações clínicas, mas o problema sempre pode retornar, tanto por distúrbios intestinais quanto por fatores emocionais.
Principais alimentos a serem evitados:
– Comidas gordurosas;
– Álcool;
– Cafeína;
– Açúcar;
– Produtos com sorbitol (como balas sem açúcar e chicletes);
– Vegetais que aumentam a produção de gases (como feijão, repolho e batata doce);
– Leite e derivados;
– Alimentos picantes ou com muitos conservantes.
Recomendações:
– Fazer uma lista dos alimentos que possam estar associados ao aparecimento das crises e evitá-los;
– Adotar uma dieta com baixo teor de gordura e rica em fibras, mas cuidado com os vegetais que aumentam a produção de gases;
– Evitar ingerir bebidas alcoólicas e as que contêm cafeína;
– Procurar não mascar chicletes nem chupar balas que contenham sorbitol;
– Manter um programa diário de exercícios físicos;
– Não fumar;
– Não desprezar o benefício que a psicoterapia e outras técnicas terapêuticas (relaxamento, por exemplo) podem trazer.
Mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com doença de Crohn e colite ulcerativa, também conhecidas como doença inflamatória intestinal (DII). Nem todos os pacientes têm recursos que ajudem a custear suas necessidades alimentares, acesso a banheiros ou mesmo informações sobre sua doença.
“Juntos, vamos criar um mundo amigo do intestino” é a mensagem da campanha de 2023 para o Dia Mundial da DII e a Crohn’s & Colitis Foundation convida a todos para que tomem medidas que ajudem a criar um mundo amigo do intestino em prol das pessoas que vivem com essas doenças digestivas, crônicas e debilitantes.
A data comemorativa foi idealizada em 2010 por organizações de pacientes que representam mais de 50 países nos cinco continentes e é coordenada pela Federação Europeia de Associações de Crohn e Colite Ulcerativa (EFCCA).
Embora ainda sejam consideradas como doenças raras, cuja prevalência deva ser menor que 65/100 mil habitantes, dados mais recentes demostraram o aumento do número de casos de DII no Brasil nos últimos anos, de 52 chegando a taxa de 100 pacientes/100 mil habitantes *, sendo 56,53% com retocolite ulcerativa e 22,68% com doença de Crohn.
A doença, que atinge mais os jovens entre 17-40 anos, pode comprometer a qualidade de vida de seus portadores e levar a quadro de incapacidade funcional, com afastamento de até 314 dias do trabalho pelo INSS, em estudo nacional que avaliou um período de 5 anos. A tendência de aumento já é de 9,57 casos novos, para cada 100 mil habitantes por ano. A consequência deste crescimento irá impactar direta ou indiretamente em todo o sistema público e privado de saúde do País, que, aliado às dificuldades de acesso, impactarão na qualidade de vida dos pacientes.
Em comemoração à data, a Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite (GEDIIB), promove um evento online nos dias 18 e 19 de maio. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui!
Fontes:
Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn. Entendendo a Doença Inflamatória Intestinal
Crohn’s & Colitis Foundation
Dr. Dráuzio Varella
European Federation of Crohn’s & Ulcerative Colitis Associations (EFCCA)
Organização Brasileira de Doença de Crohn e Colite – GEDIIB