Febre maculosa: entenda a doença
A febre maculosa brasileira é uma doença infecciosa transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim, da espécie Amblyomma cajennense, não sendo passada diretamente de pessoa para pessoa nem pelo contato com animais infectados. A bactéria R. rickettsii é propagada aos humanos e aos animais apenas por meio da picada de um carrapato infectado. Mais comum entre os meses de maio a novembro, a doença tem tratamento por meio de antibióticos. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maior será a chance de cura. Em humanos, quando não tratada, a enfermidade consegue ter mais de 80% de letalidade.
Os mamíferos hospedeiros (cães, bois, cavalos, capivaras, aves domésticas, gambás, coelhos, etc.) são animais predispostos à infecção por R. rickettsii, mantendo níveis circulantes da bactéria na corrente sanguínea, o suficiente para causar infecção de carrapatos que dele se alimentem.
Para que haja a transmissão, os carrapatos devem permanecer fixados à pele do hospedeiro por um período variável entre seis e dez horas, o suficiente para que a bactéria seja reativada na glândula salivar e em seguida espalhada pelo corpo. Os carrapatos, além de vetores, são também reservatórios de R. rickettsii. Cada fêmea de carrapato infectada pode gerar até 16 mil filhotes aptos a transmitir R. rickettsias.
O período de incubação varia de dois a 14 dias após a picada (média de sete dias). Os sintomas têm início de forma repentina, com febre – de moderada a alta –, que dura geralmente de duas a três semanas, acompanhada de dor de cabeça, calafrios, olhos vermelhos.
A lesões, parecidas com uma picada de pulga, apresentam, às vezes, pequenas hemorragias sob a pele e aparecem em todo o corpo, nas palmas das mãos e na planta dos pés – diferentemente do que acontece em outras doenças, como sarampo, rubéola e dengue hemorrágica, por exemplo.
Observações:
– Os cães, muitas vezes, não apresentam nenhum sintoma da doença;
– É essencial fazer com frequência a higiene dos animais com carrapaticidas. O uso do produto deve ser realizado tanto em cães domésticos quanto em animais de grande porte como o cavalo ou boi;
– Manter gramados bem aparados, rente ao solo.
Recomendação:
É necessário buscar ajuda nos primeiros dias de sintoma, pois o atendimento rápido para tratar a doença faz toda a diferença. Já para evitar a contaminação, é preciso combater o parasita por meio do adequado manejo ambiental, assim, ao evitar o carrapato evita-se também a doença.
Para mais informações, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), por meio do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses, preparou um amplo material sobre a doença, com vídeo e perguntas e respostas. Confira!
Fontes: