“Doença psoriática e comorbidades: compreendendo o efeito dominó” : 29/10 – Dia Mundial e Nacional da Psoríase 2025

O Dia Mundial da Psoríase, comemorado em 29 de outubro, é uma data em que a comunidade se une, atualmente em mais de 70 países, inclusive no Brasil, para promover conscientização e pedir ações em apoio às pessoas que vivem com essa condição.
A campanha é promovida pela International Federation of Psoriatic Disease Associations (IFPA) e existe há mais de uma década. Para o ano de 2025, o tema escolhido, “Doença psoriática e comorbidades: compreendendo o efeito dominó” chama a atenção para o fato de que muito mais que um problema de pele, a psoríase é uma doença grave e crônica, com inflamação sistêmica que pode levar a múltiplas complicações de saúde.
A psoríase é uma doença inflamatória, sistêmica, crônica, autoimune, que provoca placas avermelhadas espessas na pele, cobertas por escamas esbranquiçadas ou prateadas. É possível, também, que as lesões apresentem coceira, dor, queimação e descamação e, ainda, inchaços e rigidez nas articulações. A condição afeta profundamente a qualidade de vida dos pacientes, indo muito além da questão estética da pele. Apesar de não ser contagiosa, a psoríase afeta a autoestima e a qualidade de vida do paciente em suas atividades diárias.
Está associada a comorbidades graves, como doenças cardíacas, diabetes, transtornos mentais e outras, criando um efeito dominó em que uma condição piora a outra. Reconhecer essas conexões é crucial para garantir o diagnóstico precoce, o rastreamento dos distúrbios associados e o tratamento com uma abordagem holística para melhorar a saúde a longo prazo.
Causas:
Não se conhece a causa da psoríase, mas sabe-se que tem relação com fatores genéticos e imunológicos. Além disso, alguns gatilhos podem desencadear ou agravar o quadro, como estresse, infecções, banhos longos e muito quentes, uso de certas medicações e mesmo o tempo frio.
De acordo com o coordenador da campanha da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Dr. Ricardo Romiti: “Formas graves podem estar associadas à obesidade, hipertensão e outras manifestações da síndrome metabólica, aumentando o risco de infarto e acidente vascular cerebral (derrame). Além de acometer a pele, mais ou menos um terço dos pacientes pode ter uma inflamação articular, conhecida como artrite psoriásica, que, se não tratada adequadamente, pode desencadear deformidades”.
Tratamento:
A psoríase não tem cura, porém, é possível obter controle completo ou quase completo de seus sinais e sintomas.
A escolha do tratamento depende da extensão do quadro. Segundo Ricardo Romiti, 70 a 80% dos pacientes possuem a forma mais leve da doença, ou seja, placas nas regiões do cotovelo, joelho ou couro cabeludo, que podem aparecer em qualquer parte do corpo, mas de forma limitada. Essas formas são manejadas com tratamentos tópicos, como cremes, pomadas e loções que produzem efeito anti-inflamatório para regredir o quadro. Já os casos mais graves, extensos e disseminados pelo corpo, necessitam dos tratamentos convencionados, que vão desde a fototerapia até medicação oral.
Prevenção:
Não há como prevenir a psoríase, embora seja possível controlar a reincidência.
Recomendações:
– Hidratar muito bem a pele para evitar seu ressecamento excessivo e o desenvolvimento de lesões;
– Expor-se ao sol com cuidado e de forma moderada, usando antes creme hidratante ou terapêutico;
– Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas;
– Evitar o estresse, na medida do possível. Se necessário, procurar ajuda profissional;
– Não evitar encontros sociais e de lazer por causa das lesões. Psoríase não é contagiosa e o afastamento social pode comprometer o estado emocional e aumentar o problema;
– Visitar regularmente o dermatologista e seguir à risca suas orientações vai ajudar a controlar as crises.
Fontes:
Dr. Dráuzio Varella
Psoríase Brasil
Sociedade Brasileira de Dermatologia
International Federation of Psoriatic Disease Associations (IFPA)
