“Equidade do sono para a saúde global”: 15/3 – Dia Mundial do Sono


 

Dado que o sono é essencial para a saúde, todos devem ter acesso a um sono adequado, independentemente da localização, da situação socioeconômica, das condições e perturbações ambientais, das estruturas e histórias sociais, das relações comunitárias e interpessoais, e das crenças e comportamentos individuais.

As consequências das disparidades globais na saúde do sono são significativas. Indivíduos e famílias são prejudicados por encargos desnecessários para a sua saúde, e as desigualdades na saúde do sono apenas reforçam a marginalização das populações em todo o mundo.

Abordar a igualdade do sono pode reduzir estas disparidades e contribuir para a melhoraria da saúde e do bem-estar humanos em todo o mundo.

A campanha anual ocorre na sexta-feira anterior ao Equinócio da Primavera no hemisfério norte, data em que dia e noite tem 12 horas de duração.

Trata-se de um evento reconhecido internacionalmente que cria conexões e aumenta a conscientização sobre a importância da saúde do sono para pesquisadores, profissionais de saúde, pacientes e público.

O tema deste ano: Equidade do Sono para a Saúde Global destaca que o sono é essencial para a saúde, mas que persistem diferenças mensuráveis entre as populações de todo o mundo, criando encargos adicionais e reforçando as desigualdades na saúde.

A Sociedade Mundial do Sono aproveita a campanha 2024 para celebrar o sono saudável e o poder transformador que ele pode ter na vida das pessoas.

Mensagens-chave:

O sono é um pilar crítico da saúde, assim como a nutrição e a atividade física:

– Ajuda a memória e a aprendizagem;
– Ajuda a eliminar os resíduos do cérebro e a promover a saúde cerebral;
– Apoia a saúde do cérebro e a saúde do cérebro apoia o sono;
– Apoia a saúde imunológica e a saúde imunológica apoia o sono;
– Ajuda o sistema imunológico a eliminar bactérias e vírus;
– Ajuda a reciclar células velhas e a manter os níveis de energia do corpo.

A má saúde do sono pode ter vários impactos significativos na saúde humana:

– Sono deficiente tem sido associado à obesidade, diabetes, doença arterial coronariana e mortalidade cardiovascular;
– Sono insatisfatório pode diminuir a resposta imunológica, criando maior suscetibilidade a infecções que reduzem ainda mais sua qualidade;
– Distúrbios como apneia obstrutiva do sono e distúrbio comportamental do sono com movimento rápido dos olhos, estão associados ao comprometimento cognitivo, demência, risco de convulsões e aumento do risco de acidente vascular cerebral;
– Sono insatisfatório pode resultar em tempo de reação reduzido, julgamento prejudicado e comprometimento cognitivo semelhante ao que ocorre na intoxicação por álcool;
– A sonolência pode prejudicar a condução segura, mesmo que o condutor não adormeça.

A saúde do sono é multidimensional:

Sono saudável significa mais do que simplesmente “sono suficiente”. Existem seis dimensões que afetam a saúde do sono e, consequentemente a saúde e o bem-estar geral:

Duração: quanto você dormiu em 24 horas?
Eficiência: quão bem você adormece e continua dormindo?
Tempo: quando você dorme?
Regularidade: você tem horários consistentes para dormir e acordar?
Prontidão: você mantém um bom foco e atenção durante as horas de vigília?
Qualidade: você se sente satisfeito com seu sono?

É preciso abordar as disparidades na saúde do sono para melhorar a saúde das populações em todo o mundo. Essas disparidades são definidas por diferenças persistentes em uma ou mais dimensões da saúde do sono que afetam negativamente uma população, e exemplos de tais disparidades foram identificados e medidos nos últimos anos. Seus efeitos tornam-se claros quando se considera o papel fundamental do sono na saúde e no bem-estar humano.

As causas podem ser tanto sociais (por exemplo, estresse psicológico, dificuldades financeiras, fome, ameaças à segurança) como ambientais (por exemplo, luz, temperatura, ruído, qualidade do ar).

Existem mais de 100 distúrbios do sono, sendo a insônia e a apneia obstrutiva do sono os mais comuns. Outros distúrbios também podem estar presentes, como a apneia central do sono, o bruxismo, o sonambulismo, o ronco e o movimento periódico de pernas.

Os distúrbios frequentemente estão associados a doenças cardiovasculares (doença arterial coronariana, arritmias e hipertensão arterial), metabólicas (obesidade e resistência à insulina), gastrointestinais (refluxo), psiquiátricas (depressão e ansiedade), neurológicas (alterações cognitivas, epilepsia, déficit de atenção, acidente vascular encefálico), dificuldades de memória e de aprendizado, além de um maior risco de acidentes.

Sintomas como ronco, cansaço durante o dia e insônia são sinais de que o indivíduo deve procurar ajuda médica, pois a privação do sono também tende a aumentar e agravar as alterações de humor.

A Medicina do Sono é a especialidade médica que estuda, diagnostica e trata os distúrbios e transtornos do sono, destacando-se os mais comuns:

– Apneia do sono: o paciente apresenta um aumento de tecidos moles, como amígdala, pólipos nasais e adenoides. Esses fatores influenciam o fechamento da via aérea, seja totalmente ou de forma parcial, provocando roncos, pausas na respiração, dores de cabeça ao acordar, humor alterado, fadiga.

– Ronco: é o ruído que se origina a partir do fechamento da via aérea superior e pode ser considerado como um sintoma de apneia ou apenas um ruído, o que não gera consequências. Pode estar associado a apneia obstrutiva ou ser derivado de outros problemas, como cansaço e uso de álcool. Além disso, o ronco pode não ter uma causa específica ou estar ligado a um transtorno, sendo que, nesse caso, não há impactos para o paciente.

– Insônia: dificuldade em iniciar ou manter o sono e ainda o despertar precoce. Quando se apresenta como algo persistente, ocorrendo por mais de três meses, é apontada como um transtorno. Por outro lado, quando acontece por um período inferior a três meses, geralmente está associado a situações pontuais, como preocupações, provas, viagem, compromissos e assim por diante. De qualquer forma, é importante ficar alerta para que não evolua para um estágio crônico.

Hábitos que ajudam a ter um sono reparador:

– Praticar atividade física, mas não antes de deitar.
– Eliminar luzes e barulhos durante a noite, sempre que possível.
– Adotar uma rotina de horários para dormir e acordar, com 7h a 9h de repouso.
– Se tiver o hábito de dormir de dia, o cochilo não deve ultrapassar 45 minutos.
– Evitar ingerir álcool 4h antes de dormir e não fumar.
– Evitar cafeína pelo menos 6h antes de dormir.
– Evitar alimentação “pesada”, apimentada e o consumo de doces por pelo menos 4h antes de dormir.

 

No Brasil, além do Dia Mundial, no período de 11 a 17 de março, comemora-se a Semana do Sono, com o objetivo de trazer para a população informações qualificadas, novidades e as últimas pesquisas sobre o tema. Saiba mais no site da Associação Brasileira do Sono (ABSONO).

 

Fontes:

Academia Brasileira de Neurologia
Blog Vida Saudável do Hospital Israelita Albert Einstein
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
World Sleep Society

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