“Financiar a resiliência, não os desastres” : 13/10 – Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres 2025
O Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres, celebrado em 13 de outubro, é uma data comemorativa criada em 1989 a pedido da Assembleia Geral das Nações Unidas, ao constatar a necessidade de se estabelecer um marco para promover a cultura global de conscientização sobre riscos e redução de desastres.
Os países estão enfrentando cada vez mais desastres recordes. Isso é impulsionado pelo aumento de eventos climáticos extremos e por decisões que não levam em conta os riscos, o que aumenta a exposição e a vulnerabilidade de pessoas e ativos econômicos a uma série de perigos.
Ao mesmo tempo, os investimentos em redução de riscos de desastres (RRD) não acompanharam o aumento dos riscos de desastres. Para agravar o problema, a maioria dos planos econômicos e de investimento permanece cega a esses perigos. Isso é especialmente comum no setor privado, responsável por cerca de 75% dos investimentos por meio da criação de ativos econômicos.
O tema de 2025 “Financiar a resiliência, não os desastres”, destaca a importância de abordar, com urgência, os custos crescentes dos desastres, mudando o foco da resposta reativa para investimentos proativos na redução dos riscos.
O Dia Internacional deste ano vai enfatizar dois principais apelos à ação:
– Aumentar o financiamento para redução de riscos de desastres, dentro dos orçamentos públicos e da assistência internacional.
– Garantir que todos os investimentos em desenvolvimento público e no setor privado sejam resilientes e baseados em riscos.
Mensagens-chave da campanha:
– Os desastres são uma ameaça crescente à prosperidade econômica e ao desenvolvimento sustentável, com custos subestimados e insustentáveis.
– Os custos dos desastres estão levando os países a espirais de aumento da dívida, redução da renda, aumento da capacidade de seguro e repetidas crises humanitárias.
– O declínio da assistência internacional torna ainda mais crítico reduzir as perdas por desastres por meio de investimentos na redução de riscos de desastres.
– Cortar o financiamento para redução de riscos de desastres leva a desastres mais caros no futuro, além de mais necessidades humanitárias.
– Para reduzir os custos dos desastres, os países devem aumentar o financiamento para a redução do risco de desastres e garantir que todos os investimentos em desenvolvimento sejam baseados em riscos.
Reduzir o risco de desastres é uma função essencial da saúde pública que deve integrar ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e reabilitação no planejamento. A atuação em desastres exige um enfoque abrangente, abordando tanto os danos quanto suas causas, com a participação ativa de todo o sistema de saúde. É crucial estabelecer uma colaboração intersetorial e interinstitucional para mitigar os impactos das emergências, sejam elas de origem natural ou tecnológica, e proteger a saúde em todas as suas dimensões.
No Sistema Único de Saúde (SUS), as ações de vigilância em saúde para a gestão de riscos de emergências devem focar na preparação, monitoramento, alerta, comunicação, resposta e reabilitação. Essas ações são fundamentais para garantir uma resposta eficaz e coordenada, minimizando os impactos na saúde pública e fortalecendo a resiliência das comunidades afetadas.
Com o principal objetivo de desenvolver e implementar ações de vigilância em saúde voltadas para a gestão de riscos associados a emergências em saúde pública decorrentes de desastres, foi instituído o Programa Nacional de Vigilância em Saúde dos Riscos Associados aos Desastres (Vigidesastres), por meio da Portaria GM/MS Nº 4.185/2022.
O Vigidesastres desempenha um papel crucial na preparação e resposta a emergências de saúde pública causadas por desastres, sejam eles naturais ou tecnológicos.
Através de ações integradas e coordenadas, o programa busca minimizar os impactos na saúde e na infraestrutura, garantindo uma abordagem multidisciplinar que engloba prevenção, mitigação e reabilitação. A implementação efetiva dessas ações é essencial para fortalecer a resiliência das comunidades e proteger a saúde pública em cenários de desastres, alinhando-se aos princípios de Uma Só Saúde.
A gestão de riscos relativa às emergências em saúde pública por desastres compreende a atuação nas fases de preparação contra desastres, monitoramento, alerta e comunicação, e resposta e reabilitação.
Os desastres podem ter origem natural: causados por processos ou fenômenos naturais, que podem implicar em perdas humanas ou outros impactos à saúde, danos ao meio ambiente e à propriedade, que provocam interrupção dos serviços e distúrbios sociais e econômicos.
– Geológicos (ex.: deslizamentos, erosão e terremotos);
– Hidrológicos (ex.: inundação, enxurradas e alagamentos);
– Meteorológicos (ex.: ciclones, tornados, ondas de calor);
– Climatológicos (ex.: seca, estiagem e incêndio florestal);
– Biológicos (ex.: epidemias, infestações e pragas).
Os fatores de risco para desastres naturais devem ser analisados sob a perspectiva de Uma Só Saúde, pois refletem a interconexão entre saúde humana, animal e ambiental. Mudanças climáticas e degradação ambiental, como o desmatamento, comprometem ecossistemas e aumentam a vulnerabilidade a eventos extremos. Além disso, a urbanização desordenada e a perda de biodiversidade afetam habitats naturais e a qualidade de vida humana. Populações em áreas de risco, sem infraestrutura adequada e sistemas de alerta, estão mais expostas, destacando a necessidade de uma abordagem integrada e multidisciplinar para mitigar esses riscos.
Desastres de origem tecnológica ou industrial: são originados de condições tecnológicas ou industriais (químicos, biológicos, radiológicos e nucleares), incluindo acidentes, incidentes ou atividades humanas específicas que podem implicar em perdas humanas ou outros impactos à saúde, além de danos ao meio ambiente e à propriedade, interrupção dos serviços e distúrbios sociais e econômicos, podendo ocorrer de forma intencional ou não.
Os fatores de risco para desastres tecnológicos incluem falhas em sistemas industriais, manuseio inadequado de materiais perigosos, e a falta de infraestrutura segura e regulamentações rigorosas. A expansão industrial sem controle adequado aumenta a possibilidade de acidentes como vazamentos de substâncias tóxicas, explosões e contaminação ambiental. Esses eventos podem causar danos graves à saúde pública, ao meio ambiente e à economia. A preparação insuficiente para emergências tecnológicas e a ausência de sistemas eficazes de resposta rápida agravam as consequências desses desastres.
Fontes:
Cemaden Educação: Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)
Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR)
Ministério da Saúde