“Meu Diagnóstico de EM” : 30/5 – Dia Mundial da Esclerose Múltipla 2025


 

O “Dia Mundial da Esclerose Múltipla” foi instituído em 2009 pela The Multiple Sclerosis International Federation (MSIF). Desde então, é oficialmente comemorado em 30 de maio.

A campanha de 2025 defende o diagnóstico precoce e preciso para todos que vivem com EM, destacando as barreiras globais ao diagnóstico e conscientizando a população por meio do compartilhamento de histórias e dados reais.

A MSIF definiu 6 objetivos-chave para este ano:

– Destacar as barreiras globais e nacionais para acesso ao diagnóstico de Esclerose Múltipla (EM);
– Construir comunidades e sistemas informados e solidários que apoiem pessoas diagnosticadas com EM;
– Aumentar a conscientização e provocar solidariedade por meio do compartilhamento de experiências de diagnóstico de EM;
– Defender melhor treinamento e conscientização sobre EM entre os profissionais de saúde;
– Apoiar novas pesquisas e avanços clínicos no diagnóstico de EM.

 

A esclerose múltipla é uma das doenças mais comuns do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Estima-se que 2,9 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com a condição. No Brasil, afeta cerca de 40 mil indivíduos.

 

Trata-se de uma doença inflamatória crônica, de provável origem autoimune. Por motivos genéticos ou ambientais, o sistema imunológico começa a agredir a bainha de mielina – uma capa gordurosa que isola os nervos, recobrindo os neurônios do sistema nervoso central.

A perda da mielina afeta a maneira como os nervos conduzem os impulsos elétricos do e para o cérebro, provocando sintomas como visão turva, fraqueza nos membros, sensação de formigamento, instabilidade, problemas de memória e fadiga.

A característica mais importante da esclerose múltipla é o seu surgimento em surtos imprevisíveis.

No início, a inflamação é pouco destrutiva e, em poucos dias, a função retorna parcialmente. Após algum tempo, as lesões ficam mais intensas e o próprio cérebro perde as condições de se reorganizar e de mielinizar. Assim, a função é perdida definitivamente.

A maioria das pessoas é diagnosticada entre os 20 e os 40 anos de idade, numa fase ativa da vida pessoal e profissional, acometendo duas a três vezes mais mulheres do que homens.

Na fase inicial da esclerose múltipla os sintomas são transitórios, podem ocorrer a qualquer momento e duram aproximadamente uma semana. Tais características fazem com que o paciente não dê importância às primeiras manifestações da doença.

A pessoa pode passar dois ou três anos apresentando leves sintomas sensitivos, pequenas turvações da visão ou pequenas alterações no controle da urina sem dar importância a esses sinais, porque, depois de alguns dias eles desaparecem.

Com a evolução do quadro, aparecem sintomas sensitivos, motores e cerebelares de maior magnitude representados por fraqueza, entorpecimento ou formigamento nas pernas ou de um lado do corpo, visão dupla ou perda visual prolongada, desequilíbrio, tremor e descontrole dos esfíncteres.

Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento tem dois objetivos principais: abreviar a fase aguda e tentar aumentar o intervalo entre um surto e outro.

No primeiro caso, os corticosteroides são drogas úteis para reduzir a intensidade dos surtos. No segundo, imunossupressores e imunomoduladores ajudam a espaçar os episódios de recorrência e o impacto negativo que provocam na vida dos indivíduos afetados, já que é quase impossível eliminá-los com os tratamentos atuais.

 

Importante:

Com o tratamento correto, o paciente pode passar longos períodos sem surtos e ter uma rotina ativa e com qualidade de vida. Para isso, é essencial o diagnóstico rápido, pois quanto mais cedo começar o tratamento, melhor. Portanto, assim que notar os sintomas, é importante não ignorá-los somente porque eles desapareceram. O ideal é procurar um neurologista para investigar o problema.

 

Não existe uma estratégia consolidada para prevenir a EM. Contudo, existem fatores de risco modificáveis bem relacionados com o desenvolvimento da doença, como o tabagismo, o sedentarismo e a hipovitaminose D.

 

Recomendações:

– Embora não altere a evolução da doença, é importante manter a prática de exercícios físicos, pois eles podem fortalecer os ossos, melhorar o humor, ajudar no controle do peso e contra sintomas como a fadiga;
– Quando os movimentos estão comprometidos, a fisioterapia ajuda a reformular o ato motor, dando ênfase à contração dos músculos ainda preservados;
– O tratamento fisioterápico associado a determinados medicamentos ajuda também a reeducar o controle dos esfíncteres;
– Nas crises agudas da doença, é aconselhável que o paciente permaneça em repouso.

 

Fontes:

Associação Paulista de Medicina (APM)
Associação Portuguesa de Mutualidades (APM)
Dr. Dráuzio Varella
Rede D’Or São Luiz
The Multiple Sclerosis International Federation (MSIF)

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