“Pequenas ações, grande impacto: contato pele a pele imediato para todos os bebês, em todos os lugares”: 17/11 – Dia Mundial da Prematuridade


 

As complicações da prematuridade são a principal causa de morte no período neonatal. Na região das Américas, cerca de 1,2 milhão de nascimentos ocorrem prematuramente. Bebês prematuros necessitam de atenção especializada e cuidados específicos que lhes permitam sobreviver, crescer e se desenvolver de forma saudável.

O nascimento prematuro é a principal causa de morte em crianças menores de cinco anos; a cada ano, cerca de 15 milhões de bebês em todo o mundo nascem prematuros, ou seja, cerca de 1 em cada 10 crianças.

Com o objetivo de dar visibilidade a esta problemática e sensibilizar para as necessidades e direitos dos bebês prematuros e das suas famílias, 17 de novembro é o Dia Mundial da Prematuridade.

Este ano, o foco é a necessidade de mães e pais não serem considerados visitantes e terem acesso irrestrito às Unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTIN) e conscientizar sobre a importância do cuidado centrado na família – medida que traz enormes benefícios para o desenvolvimento do bebê, pois promove o contato pele a pele, a amamentação e o apego precoce, bem como para as famílias, pois reduz o estresse e a angústia.

 

No Brasil, aproximadamente 11% do total de nascimentos ocorre antes das 37 semanas, taxa que varia de região para região.

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todo bebê que nasce com menos de 37 semanas de gestação é considerado prematuro ou pré-termo.

Os bebês prematuros podem ser classificados de acordo com a idade gestacional ao nascer, sendo:

– Prematuros extremos: aqueles que nascem antes das 28 semanas;
– Muito prematuros: entre 28 e 31 semanas;
– Moderados: os que nascem entre 32 e 36 semanas de gestação.

Além disso, com relação ao peso de nascimento, os bebês podem ser divididos em:

– Baixo peso: menos de 2,5kg (2.499g ou menos);
– Muito baixo peso: menos de 1,5kg (1.499g ou menos);
– Extremo baixo peso: aqueles com peso menor que 1kg (999g ou menos).

Características do prematuro:

– Geralmente tem baixo peso ao nascer;
– Pele fina, brilhante e rosada;
– Veias visíveis;
– Pouca gordura sob a pele;
– Pouco cabelo;
– Orelhas finas e moles;
– Cabeça desproporcionalmente maior do que o corpo;
– Musculatura fraca e pouca atividade corporal;
– Poucos reflexos de sucção e deglutição (sugar e deglutir).

Principais complicações que os prematuros podem apresentar:

– Os problemas respiratórios são os mais comuns, pois os prematuros nascem carentes de surfactante, uma substância produzida nos pulmões que permite que eles se encham de ar para troca gasosa;

– A complicação cardíaca mais comum é a persistência do canal arterial, ou ductus arteriosus, um vaso que durante a vida intrauterina faz com que o sangue não passe pelos pulmões, uma vez que o feto recebe o oxigênio através da placenta;

– A enterocolite necrotizante (NEC) é uma complicação intestinal grave, que se apresenta como uma baixa tolerância à alimentação, distensão abdominal e piora clínica geral;

– Bebês prematuros, principalmente os nascidos com menos de 32 semanas podem desenvolver doença na retina. A retinopatia da prematuridade é o crescimento desorganizado dos vasos sanguíneos que chegam à retina – camada mais interna do globo ocular;

– Nos prematuros mais extremos, pode ocorrer hemorragia cerebral (ou intraventricular) nos primeiros dias de vida, diagnosticada pela realização de ecografia cerebral.

Os partos prematuros podem ser:

Espontâneos: aqueles que ocorrem antes das trinta e sete semanas de gestação em virtude de a paciente entrar em trabalho de parto, tendo contrações, dilatação do colo uterino ou rompimento da bolsa amniótica.

A causa mais comum da prematuridade espontânea é a infecção urinária, que pode ser identificada quando a mulher tem algum sintoma de dor urinária ou ardência ao urinar. Em casos de infecção mais grave, que acometa os rins, podem ocorrer febre e cólicas renais.

Outras causas são as infecções vaginais, como a vaginose bacteriana, que devem ser identificadas e tratadas; a gestação gemelar; a fragilidade do colo uterino. Ter tido parto precoce em outras gestações oferece risco maior de ter outro filho prematuro.

Eletivos ou Iatrogênicos: quando há alguma condição de risco para saúde materna ou fetal e a gravidez precisa ser interrompida antes de 37 semanas.

Entre as causas de parto prematuro eletivo, estão: pressão alta, diabetes descontrolada, doenças reumáticas, que podem levar a alterações de crescimento do feto, baixo peso grave, alteração dos fluxos sanguíneos da mãe e do feto e as que provocam a redução de líquido amniótico e induzem ao parto prematuro.

Na maioria das vezes não há uma causa definida para o parto antecipado, no entanto, alguns fatores de risco devem ser considerados:

– História prévia de parto prematuro espontâneo ou aborto;
– Baixo peso materno (IMC <20);
– Mãe adolescente;
– Gestação múltipla;
– Sangramento uterino;
– Infecções durante a gravidez;
– Consumo de álcool, cigarro e drogas;
– Violência física;
– Depressão;
– Deficiência de algumas vitaminas (B12 e B6);
– Malformações uterinas.

Prevenção:

Além do controle dos fatores de risco evitáveis, a assistência pré-natal é importante tanto na detecção de causas que podem levar ao parto prematuro, quanto na adoção de medidas para evitá-lo e no acompanhamento desses casos.

 

Para celebrar a campanha de 2023 será realizado o Webinar “Implementar e ampliar os cuidados aos recém-nascidos pequenos e doentes: sucessos, desafios e lições aprendidas com os países”.

O evento pretende proporcionar um momento para analisar as lacunas, soluções e oportunidades para abordar o nascimento prematuro e ampliar os cuidados aos recém-nascidos pequenos e doentes. Os representantes dos Ministérios da Saúde partilharão os seus progressos, experiências e lições aprendidas na implementação e ampliação dos cuidados aos recém-nascidos pequenos e doentes.

Data: 17 de novembro de 2023 – 8h Nova York, 14h Genebra, 16h Nairobi, 18h30 Nova Delhi

Inscrições para o evento!

 

Fontes:

Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros
Faculdade de Medicina da UFMF
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO)
Organização Mundial de Saúde (OMS)
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)
Rede de Saúde da Divina Providência (RS)

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