Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose


 

A Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, celebrada anualmente no período que inclui o dia 10 de agosto, foi instituída pela Lei nº 12.604/2012 com os seguintes objetivos:

– Estimular ações educativas e preventivas;
– Promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de vigilância e controle da leishmaniose;
– Apoiar as atividades de prevenção e combate à leishmaniose organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil;
– Difundir os avanços técnico-científicos relacionados à prevenção e ao combate à leishmaniose.

 

A leishmaniose é uma das seis doenças tropicais de maior relevância mundial e ocupa o segundo lugar, depois da malária, entre as infecções por protozoários que acometem os seres humanos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em 2023, o Brasil registrou aproximadamente 13 mil casos de leishmaniose tegumentar. Os estados da Região Norte, como Pará e Amazonas, são as áreas mais afetadas, com alta incidência de novos casos. A leishmaniose visceral, além de ser a forma mais grave e potencialmente fatal, apresentou uma média de 2 mil casos notificados, com uma tendência de estabilização, mas com surtos localizados, especialmente no Norte e Nordeste.

 

A doença, transmitida pela picada do mosquito-palha infectado, tem evolução crônica e, se não tratada, pode levar à morte em até 90% dos casos. Classifica-se como visceral, quando ataca vários órgãos internos, ou cutânea, caracterizada por feridas na pele.

 

A Leishmaniose Visceral (LV) é transmitida por meio da picada do inseto vetor infectado, denominado flebotomíneo e conhecido popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. Estes insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semiabertas.

A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário causador da enfermidade.

 

A LV também é uma doença grave para os animais. Apesar de o cão ser considerado um importante reservatório do parasito, a doença não é transmitida através de lambidas, mordidas e afagos, ocorrendo somente por meio da picada da fêmea do mosquito palha infectada.

Nos cães, são sintomas comuns emagrecimento, perda de apetite, diarreia e vômito, feridas no focinho, orelhas e na pele, queda de pelos, crescimento das unhas e sangramentos intestinais.

 

 Principais sintomas no ser humano:

– Febre de longa duração;
– Aumento do fígado e baço;
– Perda de peso;
– Fraqueza;
– Redução da força muscular;
– Anemia.

 

A Leishmaniose Cutânea ou Tegumentar é transmitida da mesma forma que a LV. No homem, o período de incubação, tempo que os sintomas começam a aparecer desde a infecção, é de, em média, 2 a 3 meses, podendo apresentar períodos mais curtos, de 2 semanas, e mais longos, de 2 anos.

Apresenta os seguintes sintomas:

– Lesões de pele que podem ser únicas, múltiplas, disseminadas ou difusas; têm aspecto de úlceras, com bordas elevadas e fundo granuloso, geralmente indolor. As lesões mucosas são mais frequentes no nariz, boca e garganta.

Quando atingem o nariz, podem provocar: entupimentos; sangramentos; coriza; aparecimento de crostas; feridas.

Na garganta, podem ocorrer: dor ao engolir; rouquidão; tosse.

 

Tratamento:

As leishmanioses são tratadas com o uso de medicamentos específicos, oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), repouso e boa alimentação.

No caso da LV, os medicamentos utilizados atualmente para tratá-la não eliminam por completo o parasito do organismo das pessoas e dos cães. No entanto, no Brasil o homem não tem importância como reservatório, ao contrário do cão – que é o principal reservatório do parasito em área urbana.

 

Prevenção:

As medidas de prevenção para a população humana incluem o uso de repelentes e evitando a exposição nos horários de atividades do vetor (crepúsculo e noite) em ambientes onde este habitualmente possa ser encontrado.

O manejo ambiental evita o estabelecimento de criadouros para larvas do agente transmissor e inclui as seguintes ações:

– Limpeza periódica dos quintais, retirada da matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo, locais onde os mosquitos se desenvolvem).

– Destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento das larvas dos mosquitos.

– Limpeza dos abrigos de animais domésticos, além da manutenção de animais domésticos distantes do domicílio, especialmente durante a noite, a fim de reduzir a atração dos flebotomíneos para dentro do domicílio.

– Uso de inseticida (aplicado nas paredes de domicílios e abrigos de animais). No entanto, a indicação é apenas para as áreas com elevado número de casos, como municípios de transmissão intensa (média de casos humanos dos últimos 3 anos acima de 4,4), moderada (média de casos humanos dos últimos 3 anos acima de 2,4) ou em surto de leishmaniose visceral.

Como parte das estratégias de vigilância e controle das leishmanioses no Brasil, em setembro de 2024, o Ministério da Saúde lançou uma ferramenta que traz informações sobre o número de casos, óbitos e a taxa de letalidade por estado. Os painéis que monitoram a situação epidemiológica da doença estão disponíveis nos links abaixo:

Leishmaniose Visceral      Leishmaniose Tegumentar

 

Fontes:

Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS)
Ministério da Saúde (Leishmaniose Tegumentar)
Ministério da Saúde (Leishmaniose Visceral)
Prefeitura Municipal de Glicério (SP)

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