“Uma vida, um fígado”: 28/7 – Dia Mundial da Hepatite


 

O Dia Mundial da Hepatite é celebrado em 28 de julho, dia de nascimento do cientista Baruch Blumberg, descobridor do vírus da hepatite B e que desenvolveu um teste de diagnóstico e a vacina para esse tipo de hepatite.

A data é uma iniciativa global para aumentar a conscientização sobre a doença e seu impacto em milhões de vidas. Neste dia importante, é preciso união para aprender, educar e defender a prevenção, a testagem e o tratamento. Juntos, é possível eliminar a hepatite e garantir um futuro mais saudável para todos.

 

Mensagens-chave da Organização Mundial de Saúde para a campanha de 2023

 

Só temos uma vida e só temos um fígado. A hepatite pode devastar ambos:

– O fígado executa silenciosamente mais de 500 funções vitais todos os dias para nos manter vivos. Por isso, priorizar a saúde do fígado – e saber se temos ou não hepatite é tão importante.
– Além de saber se tem hepatite e procurar tratamento, reduzir o consumo de álcool, atingir um peso saudável, tratar a hipertensão e controlar o diabetes são essenciais para um fígado saudável.
– Os benefícios de um fígado saudável incluem: viver mais tempo, proteger seus entes queridos contra a hepatite e proteger outros órgãos vitais, incluindo coração, cérebro e rins, que dependem do fígado para funcionar.

A hepatite viral ainda mata mais de um milhão de pessoas todos os anos:

– Combinadas, a hepatite B e a hepatite C causam 1,1 milhão de mortes e 3 milhões de novas infecções a cada ano.
– 350 Milhões de pessoas vivem com uma infecção crônica por hepatite viral.
– 3.000 Pessoas morrem de hepatite todos os dias – uma morte a cada trinta segundos.
– Mais de 8.000 novas infecções por hepatite B e C ocorrem a cada dia – mais de 5 a cada minuto.
– Se a trajetória atual continuar, a hepatite viral matará mais pessoas anualmente do que malária, tuberculose e HIV/AIDS juntas, até 2040.

Globalmente, há um grande número de pessoas não diagnosticadas e não tratadas vivendo com hepatite. Isso deve mudar:

– A maioria das pessoas descobre que tem hepatite B ou C após muitos anos de infecção silenciosa e somente quando desenvolve doença hepática grave ou câncer.
– Mesmo após o diagnóstico, o nível de tratamento e cuidados para as pessoas que vivem com hepatite é surpreendentemente baixo.
– Apenas 10% das pessoas com hepatite B crônica são diagnosticadas. Apenas 22% das pessoas recebem tratamento – isso é apenas 2% da carga total de saúde global.
– Apenas 21% das pessoas com hepatite C são diagnosticadas. 62% dos diagnosticados recebem tratamento para curá-los – apenas 13% da carga total de saúde global.

Muitas infecções por hepatite – e mortes – podem ser evitadas:

Para eliminar a hepatite e atingir as metas ambiciosas da OMS até 2030, os serviços simplificados de atenção primária para hepatite viral devem garantir que:

– Todas as mulheres grávidas que vivem com hepatite B crônica tenham acesso ao tratamento e seus bebês tenham acesso a vacinas contra hepatite B no nascimento para prevenir a infecção.
– 90% das pessoas que vivem com hepatite B e/ou hepatite C sejam diagnosticadas.
– 80% das pessoas diagnosticadas sejam curadas ou tratadas de acordo com os novos critérios de elegibilidade expandidos.
– A hepatite C pode ser evitada por meio de triagem adequada de todo sangue doado, garantindo práticas seguras para injetáveis em ambientes de assistência à saúde, em casa e especialmente entre pessoas que utilizam drogas injetáveis.
– Depois de anos subindo no número de tratamentos, os dados atuais mostram que o número de pessoas que alcançam a cura da hepatite C está diminuindo.
– Um tratamento de 12 semanas para curar a hepatite C custa atualmente US$ 60, abaixo dos custos originais de mais de US$ 90.000 quando introduzidos pela primeira vez.
– A hepatite B pode ser prevenida através da vacinação e controlada de forma eficaz através do tratamento que, atualmente, custa menos de 30 dólares por ano (2,4 dólares por mês).
– A diminuição dos custos deve aumentar as taxas de tratamento.

Com o fim da emergência de saúde global por Covid 19, agora é a hora de eliminar a hepatite viral e cumprir as metas para 2030:

– A redução de infecções por hepatite B em crianças por meio da prática eficaz de vacinação é uma das poucas metas de saúde dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que está no caminho certo.
– No entanto, ainda são poucos os países africanos que têm acesso à ‘vacina oportuna’ contra a hepatite B, administrada nas primeiras 24 horas após o nascimento. Os esforços para ampliar isso pararam devido ao COVID-19.
– Oferecer mais vacinas contra hepatite B, no nascimento, é urgentemente necessário para atingir a meta dos ODS de prevenir a transmissão de mãe para filho.

 

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte) e o vírus da hepatite E – menos comum aqui, é encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.

As infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam crônicas. Contudo, por nem sempre apresentarem sintomas, grande parte das pessoas desconhecem ter a infecção. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico. O avanço da infecção compromete o fígado, sendo causa de fibrose avançada ou de cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de câncer e à necessidade de transplante do órgão.

Atualmente, existem testes rápidos para a detecção da infecção pelos vírus B ou C, disponíveis no SUS para a população. Todas as pessoas precisam ser testadas pelo menos uma vez na vida para esses tipos de hepatite. Populações mais vulneráveis precisam ser testadas periodicamente.

Além disso, ainda que a hepatite B não tenha cura, a vacina contra essa infecção é ofertada de maneira universal e gratuita nas Unidades Básicas de Saúde. Já para a hepatite C não há uma vacina que confira proteção. Contudo, existem medicamentos que permitem sua cura.

A Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) decidiu tornar permanente, e com vigência durante todo o ano, a campanha de conscientização e combate às hepatites virais, que marca tradicionalmente o mês de julho. “Essa foi uma ideia que tivemos porque, se a gente se prende só a um mês, agosto começa e as pessoas acabam se esquecendo da importância do tema. Por isso, o nosso mote foi “De Julho a Julho Amarelo”. A cura começa com o teste para a campanha contra as hepatites virais”, disse o presidente da SBH, Giovanni Faria Silva. A campanha é promovida em parceria com o Instituto Brasileiro de Fígado (Ibrafig).

 

Conheça as formas de prevenção, transmissão, diagnóstico e tratamento para cada tipo de hepatite viral:

Hepatite A  Hepatite B   Hepatite C   Hepatite D   Hepatite E

 

 Fontes:

Agência Brasil
Ministério da Saúde
Organização Mundial de Saúde (OMS)

Outras Notícias

Ver todas